Yaccarino, ex-chefe de publicidade da NBCUniversal, está assumindo o Twitter em um momento em que a plataforma de mídia social tenta reverter a queda na receita publicitária Por Reuters
Linda Yaccarino, nova CEO do Twitter indicada por Musk
A nova presidente-executiva do Twitter, Linda Yaccarino, iniciou suas funções na empresa de mídia social, disse ela na noite de segunda-feira, cerca de um mês depois que Elon Musk a nomeou para a posição.
“Aconteceu — primeiro dia!”, tuitou a executiva, sem fornecer mais detalhes.
Yaccarino, ex-chefe de publicidade da NBCUniversal, está assumindo o Twitter em um momento em que a plataforma de mídia social tenta reverter a queda na receita publicitária.
Musk, que atuou como presidente-executivo após comprar a empresa por 44 bilhões de dólares em outubro passado, disse anteriormente que Yaccarino ajudará a construir um “aplicativo para tudo”.
O ex-executivo da NBCUniversal Joe Benarroch também se juntou ao Twitter na segunda-feira. Ele supervisionava a estratégia de comunicação da divisão de Publicidade e Parcerias da empresa de propriedade da Comcast, reportando-se a Yaccarino, antes de ingressar no Twitter.
Estratégia de redução de preços de Elon Musk fez o automóvel assumir a liderança em vendas. Montadora japonesa fabrica os quatro outros modelos que estão no ‘top five’ global Por O GLOBO, com agências internacionais — Nova York
O Model Y da Tesla, apresentado em Berlim: carro se tornou o mais vendido do mundo – Foto: Patrick Pleul/AFP
Pela primeira vez na História, o carro mais vendido no mundo é elétrico: o Tesla Model Y, fabricado pela montadora de Elon Musk, ultrapassou em vendas o Corolla, da Toyota, no primeiro trimestre. Os dados são da consultoria JATO Dynamics e foram publicados pelo site especializado Motor 1. O modelo mais popular da Tesla vendeu 267,2 mil unidades de janeiro a março, uma alta de 69% em relação a igual período do ano passado.
Já o Corolla fechou o trimestre com 256,4 mil vendas, com destaque para as baixas de 29% na China e 10% nos EUA –os dois mercados em que o Model Y mais cresceu. Na Europa, o modelo da Tesla também tornou-se líder em vendas.
E isso aconteceu mesmo o Model Y sendo mais caro que Corolla. De acordo com o site The Verge, os Model Y são vendidos a valores a partir de US$ 47.490, mais que o dobro que o preço de partida do Corolla (US$ 21.550).
Corte de até 20% no preço
Considerando os outros modelos, porém, a montadora japonesa mantém a liderança no pódio em número de unidades comercializadas no mundo. Dos cinco mais vendidos no planeta, quatro são da Toyota.
O Model Y é praticamente um intruso nessa lista. Assim como a Tesla, que não chega perto das dez maiores montadoras do mundo. Volks, Fiat, GM e outras empresas tradicionais do ramo estão mais bem colocadas tanto em unidades vendidas como em receita.
Mas como o Model Y conseguiu essa façanha? A disparada das vendas tem relação com uma decisão estratégica da Tesla, que baixou os preços das suas unidades no começo do ano, principalmente nos EUA e na China.
O corte chegou a 20%. O objetivo foi reaquecer a demanda pelos veículos elétricos, após uma baixa nas vendas no último trimestre de 2022.
Para os americanos, a ideia foi colocar os veículos dentro do limite de US$ 55 mil (R$ 275 mil), para que os consumidores tivessem direito a um crédito de até US$ 7.500 (R$ 37 mil) em impostos válido para carros elétricos. Antes do corte, o Model Y custava US$ 65.990, segundo o jornal USA Today.
Nos últimos anos, a Apple tem desenvolvido uma variedade de programas projetados especificamente para ajudar pequenos negócios ao redor do mundo. Seja nos Estados Unidos ou no Brasil, esses programas buscam oferecer soluções para a digitalização e a eficiência dos negócios.
Vamos dar uma olhadinha nas opções disponíveis no momento.
Apple Business Manager
No centro da oferta da Apple para pequenos negócios, está o Apple Business Manager. Esse serviço, disponível tanto nos EUA quanto no Brasil, oferece uma plataforma para gerenciar dispositivos da Apple, contas de usuários e conteúdo digital em escala empresarial.
O Apple Business Manager é uma ferramenta poderosa e valiosa para pequenas empresas. Ele foi projetado para simplificar a implantação de produtos, permitindo o gerenciamento centralizado de dispositivos, contas e conteúdo.
Aqui estão algumas das principais vantagens de aderir ao Apple Business Manager:
Gerenciamento Centralizado de Dispositivos: com o Apple Business Manager, é possível gerenciar todos os dispositivos da Apple da sua empresa a partir de um único local. Isso facilita a atribuição de dispositivos aos funcionários, a monitorização do uso de dispositivos e a garantia de que todos estejam atualizados e seguros.
Compra e Distribuição de Conteúdo em Volume: o Apple Business Manager permite comprar aplicativos e livros em volume e distribuí-los aos funcionários. Isso é extremamente útil para empresas que dependem de aplicativos específicos para as suas operações diárias. Além disso, o programa oferece a flexibilidade de atribuir e revogar licenças conforme necessário, permitindo um melhor controle dos recursos digitais.
Controle de Contas de Usuário: ao usar o Apple Business Manager, você pode criar contas de usuário gerenciadas com IDs Apple. Isso facilita o controle do acesso dos funcionários aos serviços e conteúdo da Apple. Você pode definir permissões, restringir compras e até mesmo fazer configurações padrão para todos os usuários.
Implementação Automática de Dispositivos: o Apple Business Manager facilita a configuração automática de dispositivos da Apple. Quando um dispositivo é atribuído a um funcionário, ele pode ser automaticamente configurado com os ajustes, aplicativos e livros necessários. Isso pode economizar um tempo significativo no processo de configuração de dispositivos.
Integração com Soluções de Gerenciamento de Dispositivos Móveis (MDM): o Apple Business Manager se integra perfeitamente às soluções MDM, o que permite gerenciar facilmente as configurações, políticas e restrições de todos os seus dispositivos.
Segurança Aprimorada: com o controle centralizado de dispositivos e contas, o Apple Business Manager ajuda a aumentar a segurança dos dados da empresa. Você pode garantir que todos os dispositivos estejam usando as últimas atualizações de segurança e aplicar políticas de segurança em todos os aparelhos e contas.
O primeiro passo para acessar os benefícios do Apple Business Manager é criar uma conta no site da Apple. Isso requer algumas informações básicas sobre a empresa, incluindo o nome da companhia, o endereço e o número de identificação do empregador.
Uma vez criada a conta, você pode começar a configurar seus dispositivos e usuários. Isso inclui a compra de aplicativos e livros em volume e a distribuição deles para seus funcionários. A interface do usuário é intuitiva e fácil de usar, e a Apple também oferece uma variedade de guias e recursos online para ajudá-lo a começar.
Financiamentos e Leasing
Nos EUA, a empresa tem o Apple Financial Services. Esta iniciativa fornece financiamento flexível e opções de leasing para ajudar as empresas a adquirir produtos da Apple.
As opções de financiamento permitem que as empresas tenham acesso a tecnologia de ponta sem ter que fazer um investimento inicial significativo. Infelizmente, esse serviço não está disponível para empresas no Brasil, o que significa que os empresários brasileiros têm menos opções de financiamento para tais produtos.
Um programa semelhante certamente seria muito bem-vindo em nosso país, tendo em vista os preços proibitivos dos equipamentos da Apple em reais, especialmente quando se trata de compras em escala.
Apesar disso, a Apple tem programas específicos para o mercado brasileiro. Uma dessas iniciativas é a parceria com instituições financeiras locais para oferecer parcelamento a longo prazo na compra de produtos. Isso permite que pequenas empresas no Brasil possam adquirir a tecnologia de que precisam sem um grande investimento inicial.
Programas para pequenos desenvolvedores e empresas
A Apple tem um programa chamado Apple Entrepreneur Camp — e uma das suas edições é especificamente para latinos, com participação em peso de brasileiros. Trata-se de um centro de aprendizado para desenvolvedores, que oferece workshops e sessões de orientação para ajudá-los a criar aplicativos inovadores para iOS. Através desse programa, a Apple está investindo no ecossistema local de startups e ajudando pequenas empresas a inovar.
Para participar, você deve se inscrever no programa através do site da Apple. Depois de inscrito, você terá acesso a uma variedade de recursos de aprendizado, incluindo workshops e sessões de orientação. Esses recursos podem ajudar a aprimorar suas habilidades de desenvolvimento de aplicativos e a criar aplicativos inovadores que podem ajudar as pequenas empresas de desenvolvedores a se destacarem.
Este programa é relevante para pequenos desenvolvedores de aplicativos, ou para empresas que dependem de vendas de aplicativos para gerar receita.
Suporte técnico
Em termos de suporte técnico, a Apple tem uma abordagem consistente em ambos os países. O Apple Business Manager Support está disponível para ajudar as empresas com qualquer problema que possam enfrentar com produtos da Maçã.
Este serviço fornece suporte técnico rápido e eficiente para ajudar a resolver quaisquer problemas que você possa ter com seus dispositivos. Para acessar esse serviço, você deve entrar em contato com a Apple através do site oficial. Eles têm uma equipe de especialistas prontos para ajudar com qualquer problema, desde problemas de software até problemas de hardware.
A Apple tem claramente sinalizado que reconhece a importância das pequenas empresas e está comprometida em fornecer os recursos e o suporte de que necessitam para prosperar.
Apesar dos desafios de investimento, os produtos e programas da Apple têm se comprovado excelentes opções em termos de custo-benefício para indivíduos e organizações, como comentamos recentemente nesse post. [MacMagazine]
A Tesla realizou sua reunião anual de acionistas em Austin na terça-feira, um evento que a Tesla passou a chamar de Cyber Roundup.
Havia cinco propostas na agenda, incluindo uma que pressionou o conselho da Tesla a apresentar um plano público de sucessão para o CEO Elon Musk e outras “pessoas-chave” cujo comportamento e perda poderiam criar um risco para a empresa e os acionistas.
Embora a Tesla publique a contagem oficial dos votos no final da semana, o conselho recomendou que os acionistas votassem contra a proposta de risco da pessoa-chave, então provavelmente não será aprovada.
“Numa altura em que a liderança tecnológica da Tesla deveria estar à mostra, a comunidade de investidores vê-nos largamente à deriva, com uma gestão focada em todos os assuntos não-Tesla, vendo a preferência da marca Tesla cair 15 pontos no ano passado, algo que nos custa margens, ” disse Karen Robertsdottir, acionista em Reykjavik, na Islândia, durante o evento.
“Quando as pessoas olham para esta empresa… elas a veem como um sinônimo de seu CEO, e a discussão se volta para tudo, exceto para onde deve ser focado.”
Quando Musk comprou oficialmente o Twitter no final de outubro, as ações da Tesla fecharam em US$ 228,52. Na terça-feira, fecharam a US$ 166,52.
Musk disse na terça-feira que não tem intenção de deixar o cargo de CEO da Tesla.
“Acho que a Tesla vai desempenhar um papel importante em IA e AGI e acho que preciso supervisionar isso para garantir que seja bom”, disse ele.
AGI refere-se a “inteligência geral artificial”, o conceito de que uma IA pode aprender a realizar qualquer tarefa intelectual que humanos ou animais possam realizar.
As ações da Tesla permaneceram um tanto inalteradas após a reunião, subindo apenas cerca de 1% nas negociações após o expediente. Essa reação medíocre dos investidores pode ser uma resposta à maior parte da reunião simplesmente repassando os destaques dos últimos 12 meses, em vez de compartilhar muitas notícias.
JB Straubel de volta à Tesla como membro do conselho
Os acionistas da Tesla elegeram JB Straubel como um conselho de administração independente. Os participantes do evento de acionistas comemoraram o retorno do ex-CTO e cofundador da Tesla. Straubel também é o fundador e CEO da startup de reciclagem de baterias Redwood Materials .
Os acionistas também elegeram três diretores para um mandato de três anos. Tesla indicou Musk, Straubel e a atual presidente Robyn Denholm.
Straubel assumirá o lugar deixado por Hiromichi Mizuno, ex-diretor de investimentos do fundo de pensão japonês de US$ 1,5 trilhão.
O novo membro do conselho ingressou na Tesla em 2004 e foi CTO por 14 anos. Straubel estava por trás da tecnologia de baterias da Tesla e liderou a construção e o conceito da Gigafactory Nevada, bem como a rampa de produção do sedã Model 3. Straubel deixou a Tesla em 2019 e foi substituído por Drew Baglino, vice-presidente de tecnologia.
Musk provoca dois novos EVs
Durante o evento, Musk apresentou dois novos veículos elétricos que se juntarão à linha da Tesla. O CEO disse que a Tesla estava construindo um e projetando outro, mas não estava claro se queria dizer que a Tesla estava construindo um protótipo ou um veículo de produção.
Musk disse que não queria entrar em detalhes dos novos veículos, o que exigiria seus próprios eventos de lançamento, mas a Tesla exibiu uma silhueta de um dos veículos. Com base no tamanho, é possível que a Tesla estivesse provocando o hatchback de $ 25.000 que Musk mencionou em 2020 durante o dia da bateria da empresa .
Espera-se que ambos os novos veículos que estão chegando à linha da Tesla sejam veículos acessíveis que sejam vendidos em volumes muito maiores.
“O palpite de Elon é que provavelmente fabricaremos mais de 5 milhões de unidades por ano desses dois modelos combinados”, disse Musk.
Atualizações do Cybertruck
Musk disse que a Tesla entregará seus primeiros Cybertrucks ainda este ano e deverá ser capaz de entregar de 250.000 a 500.000 por ano assim que a produção começar.
A Tesla anunciou o Cybertruck pela primeira vez em 2019, mas a produção do veículo foi repetidamente adiada. Na terça-feira, Musk pediu desculpas pelos atrasos e prometeu que o produto seria melhor do que as expectativas.
Musk observou durante a reunião de acionistas na terça-feira que o Cybertruck terá muitos pontos de fixação para que terceiros possam desenvolver acessórios para aprimorar o caminhão e “transformá-lo em um trailer”. Na semana passada, durante a cerimônia de inauguração da fábrica de refinaria de lítio da Tesla no Texas, Musk dirigiu um Cybertruck completo com um acessório de rack de teto. Musk também disse que o veículo será “impermeável o suficiente para servir brevemente como um barco. ”
Produção do Tesla Roadster da próxima geração atrasada, novamente
“Esperamos concluir a engenharia e o design da próxima geração do Tesla Roadster este ano e, com sorte, iniciar a produção – isso não é um compromisso – esperamos iniciar a produção no próximo ano”, disse Musk.
Musk se referiu ao Roadster como “a cereja no topo do bolo”, o que significa que ele não espera que seja um grande contribuinte para a receita.
“Será uma contribuição modesta para a lucratividade, mas será ruim”, disse ele.
O Roadster de segunda geração , um carro esportivo elétrico que fez uma estreia surpresa em novembro de 2017, deveria chegar ao mercado em 2020, mas foi repetidamente adiado porque o carro caro ficou em segundo plano em relação a outros produtos da Tesla, como o Modelo 3 e Modelo Y.
‘Não olhe para os mercados nos próximos 12 meses’
Musk especulou que o próximo ano será difícil para a economia devido a uma variedade de fatores. Taxas de juros mais altas, disse ele, terão um grande efeito na acessibilidade dos carros.
“A grande maioria das pessoas compra carros com base no pagamento mensal, então é como quanto é o pagamento mensal?… Eles podem pagar o pagamento à medida que as taxas de juros aumentam e o crédito fica mais restrito?”
Musk observou que a maioria dos bancos está lutando apenas para se manter vivo após a crise desencadeada pelo colapso do Silicon Valley Bank , o que significa que “aumentar a carteira de empréstimos para automóveis não é a primeira coisa em suas mentes”.
Em um nível macroeconômico global, Musk espera que os próximos 12 meses sejam difíceis para todos, incluindo a Tesla. Ele espera ver muitas empresas falindo, mas disse que a Tesla está em uma boa posição para enfrentar a tempestade e “emergir mais forte do que nunca”.
“É importante lembrar que há momentos bons e momentos sombrios, mas os bons seguem os tempos sombrios”, disse Musk. “Portanto, meu conselho seria: não olhe para os mercados nos próximos 12 meses. Se houver um mergulho, compre o mergulho e acho que você não vai se arrepender.
A Tesla não paga pela publicidade tradicional como outras montadoras. E realmente não precisou. A empresa tornou-se incrivelmente popular por meio de outros métodos de marketing, como e-mails e programas de referência que incentivam os proprietários existentes a atrair clientes e, é claro, os muitos tweets de Musk.
Agora, Musk parece disposto a mudar essa linha de pensamento, já que a empresa pretende promover novos recursos de carros e anunciar a acessibilidade de seus veículos.
“Existem recursos e funcionalidades incríveis nos Teslas que as pessoas simplesmente não conhecem e, embora obviamente haja muitas pessoas que seguem a conta da Tesla e a minha conta…
Ainda não sabemos como seria uma campanha publicitária da Tesla, mas muitos já estão especulando que o Twitter será o lar dos primeiros anúncios da Tesla.
‘Tesla vai ter um momento ChatGPT’
Não passa um evento da Tesla em que Musk não fale liricamente sobre as possibilidades da IA da montadora – Musk disse na terça-feira que é “de longe a IA do mundo real mais avançada”.
Hoje, essa IA se manifesta no sistema avançado de assistência ao motorista da Tesla, apelidado confusamente de Full Self-Driving (FSD) . A versão mais recente do FSD pode lidar com tarefas de direção tanto em áreas urbanas quanto em rodovias, mas ainda requer que um humano fique alerta e assuma o controle do veículo conforme necessário. Aproximadamente 400.000 proprietários de Tesla na América do Norte compraram o software beta de $ 15.000.
A outra maneira pela qual a IA da Tesla se manifestará é no robô humanoide da empresa, Optimus. A Tesla exibiu novos vídeos de desenvolvimento e testes da Optimus no evento para acionistas.
“À medida que a direção totalmente autônoma se aproxima cada vez mais da IA generalizada do mundo real, esse mesmo software pode ser transferido para um robô humanóide”, disse Musk.
“Minha previsão é que a maior parte do valor de longo prazo da Tesla será Optimus”, continuou o CEO, reiterando um ponto que já havia feito antes.
Após o evento para acionistas, Musk se juntou a David Faber, da CNBC, para uma entrevista que cobriu uma ampla gama de tópicos, de Tesla a Twitter, moderação de conteúdo à liberdade de expressão, a ética da IA e o investimento inicial de Musk na OpenAI, a startup por trás do popular programa de conversação Modelo AI ChatGPT.
“Tesla terá um momento ChatGPT, se não este ano, pelo menos no ano que vem”, disse Musk, referindo-se ao rápido avanço exponencial da tecnologia. “De repente, 3 milhões de carros poderão dirigir sozinhos sem ninguém. E depois 5 milhões e depois 10 milhões.”
João Pinheiro Nogueira Batista afirma a investidores que empresa já renegociou dívidas com 90% dos fornecedores; fechamento de 91 lojas deve custar R$ 62 milhões à empresa Por Talita Nascimento
Marisa Lojas
O CEO da Marisa Lojas, João Pinheiro Nogueira Batista, disse a investidores nesta terça-feira, 16, que os pedidos de falência contra a empresa que vieram a público pela imprensa são um “processo natural, parte de programas de reestruturação”.
“Já atingimos 90% de renegociação com fornecedores. Credores menores, de valores não tão relevantes, acionam a Justiça”, disse. Ele complementou que a companhia segue aberta para negociar com esses credores, mesmo que eles já tenham partido para o litígio. “Não negamos nossa dívidas, reconhecemos”, complementou.
Sobre pedidos de despejo que também vieram à tona nesta semana, Nogueira Batista diz que eles também fazem parte do processo de negociação. E explica que a companhia está em processo de renegociação de aluguéis e que, com restrições de caixa, em alguns momentos atrasa esses pagamentos. Assim, para ele, é natural que surjam os pedidos de despejo no processo.
“Se não tivéssemos restrição de caixa, não estaríamos fechando lojas. Acabamos atrasando aluguéis como fruto das negociações em curso”, disse.
Segundo ele, esse é um processo recorrente em que chega determinado número de ações à companhia e, depois, diminuem. “Temos taxa de 70% de êxito na renegociação de aluguéis”, disse.
Fechamento de lojas
Nogueira Batista disse ainda que o processo de fechamento de 91 lojas deve custar cerca de R$ 62 milhões, mas com um incremento de Ebitda (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de quase R$ 70 milhões por ano. “No primeiro trimestre, foram poucos fechamentos de lojas. Estávamos no início”, disse.
Entre março e abril foram fechadas 25 lojas. Serão encerradas 33 lojas em maio e mais 33 em junho. Segundo a empresa, os estabelecimentos descontinuados foram escolhidos por oferecerem ganho ou custo zero no fechamento e alto custo operacionais quando abertas.
Além disso, Nogueira Batista diz que a companhia terá redução de despesas de R$ 52 milhões. Destes, R$ 32 milhões virão de uma revisão de estrutura; R$ 9 milhões de cargos de gestão; e R$ 10,5 milhões de revisão de atividades.
Executivos da montadora devem enviar lista de pedidos de contração para o CEO, segundo jornal The Information
REUTERS/Tingshu Wang/File Photo
O bilionário Elon Musk, CEO da montadora Tesla, afirmou que a empresa não pode mais contratar novos funcionários, incluindo empreiteiros, sem a sua aprovação pessoal, segundo o jornal The Information. A notícia foi publicada nesta segunda-feira, 15, e cita um e-mail enviado para os funcionários.
De acordo com o jornal, Musk pediu aos executivos da montadora que lhe enviem uma lista de pedidos de contratação semanalmente e ainda os advertiu para que “pensem cuidadosamente” antes de enviar o documento.
No ano passado, Musk vendeu US$ 31 bilhões em ações da Tesla para financiar sua aquisição do Twitter, o que gerou uma queda no preço das ações da montadora e questionamentos de investidores. A companhia liderada por Musk perdeu US$ 622 bilhões em valor de mercado em 2022 e viu as ações caírem até 8,8%, enquanto o acumulado do ano registrou encolhimento de 61%, quarta pior performance de uma empresa S&P 500 no ano.
O momento ruim aconteceu no mesmo período em que Musk se envolveu na compra e no comando do Twitter, empresa adquirida por ele por US$ 44 bilhões. Para investidores da Tesla, o envolvimento dele com a rede social distraiu o executivo em um momento delicado.
Ainda, segundo o jornal, espera-se que Musk converse com os acionistas da Tesla na próxima terça-feira, 16, durante a reunião anual da empresa em sua sede, no Texas.
Empresa, que já foi avaliada em US$ 5,7 bilhões, tem enfrentado dificuldade para encontrar um comprador Lauren Hirsch Benjamin Mullin
Nancy Dubuc era CEO da Vice até o início do ano, mas deixou o cargo em meio à crise da empresa
THE NEW YORK TIMES – A empresa de mídia digital Vice, que já atraiu gigantes como Disney e Fox como investidores antes de entrar em crise, está preparando um pedido de falência, de acordo com duas pessoas com conhecimento das operações.
O pedido pode acontecer nas próximas semanas, segundo três pessoas envolvidas com o assunto que não foram autorizadas a discutir a potencial falência publicamente.
A empresa vem buscando um comprador, e ainda pode encontrar um, para evitar declarar falência. Mais do que cinco companhias expressaram interesse em adquirir a Vice, segundo um envolvido nas discussões. As chances de isso acontecer, no entanto, estão ficando cada vez menores, afirmou uma das pessoas com conhecimento da potencial falência.
Um pedido de falência seria mais um passo sombrio na tumultuosa história da Vice, um veículo da chamada “new-media” (nova mídia) que procurou suplantar o establishment antes de persuadi-lo a investir centenas de milhões de dólares. Em 2017, depois de uma rodada de investimento da empresa de private equity TPG, a Vice foi avaliada em US$ 5,7 bilhões. Mas hoje, segundo a maioria das projeções, ela vale uma fração disso.
No caso de uma falência, o maior credor da Vice, o Fortress Investment Group, pode acabar controlando a companhia, disse uma dos envolvidos na operação. A Vice continuaria operando normalmente e daria um leilão para vender a companhia em um período de 45 dias, com o Fortress na posição de mais provável comprador.
Diferentemente dos outros investidores da Vice, que incluíram a Disney e a Fox, o Fortress possui um tipo de crédito que garante que ele seja pago antes caso ocorra uma venda da empresa.
“O Vice Media Group está engajado em uma avaliação ampla de alternativas estratégias e planejamento”, afirmou a organização em nota nesta segunda (1º). “A empresa, sua diretoria e stakeholders continuam focados na busca pelo melhor caminho para a companhia.”
A Vice começou como uma revista punk em Montreal, no Canadá, há mais de duas décadas. Com o passar dos anos, ela cresceu para uma companhia de mídia global detentora de um estúdio de cinema, uma agência de publicidade, um programa na HBO e escritórios em capitais mundiais. A Disney, após investir centenas de milhões na Vice, explorou a possibilidade de comprar a empresa em 2015 por mais de US$ 3 bilhões, segundo duas pessoas envolvidas nas conversas.
O acordo nunca se materializou, e a Vice eventualmente sucumbiu em um mercado em baixa para companhias de mídia digital. A empresa está tentando há anos se tornar lucrativa, mas fracassando nesse intento, perdendo dinheiro e repetidamente demitindo empregados.
Na semana passada, a Vice afirmou a empregados que encerraria o Vice World News, uma iniciativa jornalística global que cobria conflitos e violações de direitos humanos. O encerramento foi um banho de água fria para os funcionários que viam a cobertura agressiva da divisão como uma continuidade das raízes da Vice no jornalismo gonzo, estabelecidas quando seu co-fundador Shane Smith reportava de destinos arriscados como a Coreia do Norte.
Enquanto buscava um comprador nos últimos meses, a Vice viu pedidos de demissões em suas posições de liderança. Nancy Dubuc, a antiga CEO da empresa, saiu neste ano após quase cinco anos na companhia. Jesse Angelo, o presidente global de notícias e entretenimento, também deixou a Vice.
Ascensão da LVMH para se tornar primeira empresa de US$ 500 bilhões na Europa ilustra crescimento aparentemente irrefreável do setor
No comando do maios conglomerado de luxo do mundo, Bernard Arnault comparece à reunião geral da LVMH (Moët Hennessy Louis Vuitton), em Paris – Alain Jocard/AFP
PARIS, LONDRES e HONG KONG | FINANCIAL TIMES – Sharon Wong decidiu que merecia um pouco de indulgência enquanto percorria a Louis Vuitton na loja de departamentos La Samaritaine, um dos principais destinos para o consumo de luxo em Paris.
“É cara, mas estou pensando nela faz alguns meses”, disse a gerente de marketing de Londres, 30 e poucos anos, enquanto examinava os modelos da Petit Sac Plat, uma pequena bolsa retangular que custa cerca de 1.500 euros (R$ 8.250). “Eu economizo um pouco, penso nelas como investimentos. Os grandes nomes sempre terão valor, principalmente os estilos com história.”
Ao virar a esquina, um grupo de italianos de terno e uma família alemã se aglomeravam no saguão do hotel cinco-estrelas Cheval Blanc, cujos quartos custam a partir de 2.200 euros (R$ 12 mil) por noite e, segundo os funcionários, está com ocupação de 70% ou mais.
O hotel, La Samaritaine e a Louis Vuitton têm uma coisa em comum: todos fazem parte da LVMH. O conglomerado de luxo controlado por uma família foi transformado em potência por Bernard Arnault por meio de aquisições em série desde a década de 1990, dando à família uma fortuna que hoje vale cerca de US$ 212 bilhões, ou mais de R$ 1 trilhão.
A empresa se tornou a primeira da Europa a ultrapassar o limite de avaliação de mercado de US$ 500 bilhões (R$ 2,5 trilhões) nesta semana, e a única a ser classificada entre as dez maiores empresas globais.
A ascensão da LVMH, que este ano permitiu a Arnault ultrapassar Elon Musk, da Tesla, e Jeff Bezos, da Amazon, como indivíduo mais rico do mundo, é uma prova da surpreendente ascensão e resiliência do setor de luxo na última década, impulsionado por um grande mercado americano ainda em expansão e o apetite voraz da classe média-alta da China, em rápido crescimento.
Crises financeiras, a pandemia, turbulências geopolíticas, inflação em espiral e o aperto no custo de vida pouco fizeram para impedir a ascensão do setor de luxo, que inclui bens e experiências pessoais, incluindo viagens e hospitalidade.
Depois de se contrair acentuadamente quando o mundo se trancou no início de 2020, o setor se recuperou rapidamente para 1,15 trilhão de euros (R$ 6,3 trilhões hoje) em 2021, com compradores entediados, cheios de economias e cheques de ajuda do governo, esbanjando. Em seguida, desafiou as expectativas novamente ao crescer mais 19% a 21% em 2022, segundo estimativas da consultoria Bain.
A LVMH lidera o caminho e está superando a concorrência. As ações do grupo passaram de 81 euros (R$ 445) no início de 2010 para mais de 900 euros (R$ 4.950) esta semana. Questionado em uma reunião de acionistas em abril se consideraria a divisão de ações para tornar a propriedade da empresa mais acessível, Arnault vetou a ideia. “Vou desapontá-lo, mas a desejabilidade é proporcional ao valor”, disse ele. “As ações da LVMH também são um produto de luxo.”
Com os temores de uma recessão global persistente, porém, o crescimento do setor pode continuar inabalável? Tudo depende dos Estados Unidos e da China, os dois motores de crescimento do luxo e seus maiores mercados consumidores.
A maioria das empresas de luxo sofreu um impacto em seus negócios na China no final do ano passado, devido ao último suspiro das restrições da Covid-19. Mas os números de vendas no primeiro trimestre da LVMH e da Hermès, o segundo maior grupo de luxo em valor de mercado, indicam que a recuperação na China dos efeitos prolongados das políticas estritas de Covid zero já está em curso e deverá se acelerar no segundo semestre do ano, à medida que as viagens aumentarem.
“Os consumidores chineses costumavam representar cerca de um terço das receitas de luxo”, diz Caroline Reyl, chefe de marcas premium da Pictet Asset Management e acionista de grupos de luxo como LVMH, Richemont, Hermès e Moncler. “Isso caiu para cerca de 20% durante a Covid. Não há razão para que não volte a um terço.”
Os analistas estão mais cautelosos com a desaceleração do crescimento nos EUA. O Morgan Stanley espera que os gastos com luxo caiam para uma porcentagem de um dígito baixo, tanto lá quanto na Europa, em 2023.
Após anos de crescimento extraordinário, analistas e investidores acreditam que se deve esperar certa moderação. “O luxo continuará a crescer de 15% a 20% para sempre? Não, essa não é a lógica”, diz Erwan Rambourg, diretor global de pesquisa de varejo e consumo do HSBC. “Haverá certa moderação em algum momento.”
Mas mesmo essa moderação provavelmente será modesta; ele espera que o setor cresça ao redor de 15% este ano e 10% em 2024. Isso se deve em parte ao seu apelo global. O Morgan Stanley prevê que os gastos no Oriente Médio aumentem 15% em 2023, enquanto a Coreia do Sul e o Japão registrem crescimento de um dígito.
“O setor de luxo é um dos poucos que é verdadeiramente global, as marcas de sucesso fazem sucesso em todos os lugares”, diz Roberto Costa, diretor de banco de luxo global do Citi. “Empresas como a Prada: [os consumidores] a conhecem nos Estados Unidos, na China, na Argentina. Portanto, se faltar demanda em um lugar, haverá em outro.”
No entanto, nem todas as marcas de luxo são criadas iguais. Enquanto a ponta superior do setor –liderada por Louis Vuitton, Dior, Gucci (propriedade da Kering) e as casas independentes Chanel e Hermès– deverão continuar avançando globalmente. Marcas mais fracas e de médio porte expostas ao mercado mais amplo de classe média, como Coach e Ralph Lauren, começam a sentir alguma pressão.
“Não se trata de regiões, mas da força de marcas e empresas”, diz Enrico Massaro, chefe de consumo e varejo Emea do banco de investimentos Barclays. “O crescimento está alocado desproporcionalmente para marcas fortes, há algum tempo há uma polarização, e vai continuar.”
DESEJO DE VENDER
Por cerca de 1.500 euros cada (R$ 8.250), as bolsas Petit Sac Plat são consideradas parte da oferta acessível da Louis Vuitton, projetada para atrair compradoras ambiciosas, como Sharon Wong.
Foram consumidores como ela, não os ultrarricos, que estimularam o crescimento da indústria e transformaram a Louis Vuitton na primeira marca de luxo do mundo, com receita anual de 20 bilhões de euros (R$ 110 bilhões).
“Não vendemos produtos [a maioria da Louis Vuitton] para pessoas ricas, mas sim para pessoas que têm dinheiro e querem se dar o luxo”, diz Jean-Jacques Guiony, diretor financeiro da LVMH. “A vantagem é que esse grupo é muito, muito maior que os super-ricos. Acreditamos que as classes médias-altas continuarão prosperando, e adaptaremos produtos e marketing para elas.”
As definições de classe média variam, mas seu crescimento foi mais pronunciado na China. Estimativas conservadoras situavam a classe média em cerca de 350 milhões de pessoas –ou 25% da população mundial, mais que toda a população dos EUA– em 2018, cerca de 1% a mais que a população na virada do milênio.
Os ricos, embora em número muito menor, também cresceram substancialmente e desenvolveram um gosto por produtos de luxo, permitindo que marcas como Chanel, Dior e Hermès –cujas bolsas “assinatura” custam mais de 20 mil euros (R$ 110 mil) e geralmente só podem ser compradas após um longo período na lista de espera– crescessem aos saltos.
“Não poderíamos acreditar há dez ou 20 anos que essas marcas seriam capazes de crescer [tanto] devido ao seu caráter exclusivo (…) mas estamos num mercado em crescimento”, afirma Guiony.
Esse apetite parece estar voltando a funcionar à medida que as restrições da Covid zero na China diminuíram no principal mercado em crescimento para o setor. No aplicativo de rede social chinês Xiaohongshu, milhares de usuárias publicaram postagens reclamando da falta de bolsas e das longas filas nas lojas Chanel em cidades da China, Hong Kong e Macau.
Essas reclamações pouco fizeram para deter Mingyou, uma trabalhadora em tecnologia de 33 anos que mora na cidade de Shenzhen, no sul da China, e pediu para ser identificada por um apelido. No final de março, diz ela, tentou comprar uma cobiçada bolsa Chanel, mas descobriu que estava esgotada.
“Então eu recorri à Hermès. Mas perdi minha bolsa favorita da Hermès só porque cheguei à loja 15 minutos depois de outra cliente”, disse ela. No final, contentou-se com uma pulseira de relógio e uma gravata da célebre casa parisiense, por uma conta total de 6.100 yuanes (R$ 4.400).
Para cultivar esse tipo de desejo, a indústria do luxo impõe limites à disponibilidade de determinados produtos. Mas para capturar o máximo possível do mercado as marcas “top” também aumentaram a oferta de artigos “acessíveis”, que custam cerca de 3.000 euros (R$ 16.500), ao mesmo tempo que elevaram os preços das ofertas da prateleira superior para promover um senso de exclusividade. O Barclays estima que a LVMH aumentou seus preços em geral cerca de 8% no ano passado, mas o grau difere entre produtos e marcas.
A Bottega Veneta, de propriedade da Kering, aumentou os preços de suas bolsas “cassette” em 12%, para cerca de 2.000 euros (R$ 11.000) entre outubro e janeiro, segundo o HSBC, enquanto a Chanel enfrentou resistência das clientes depois de aumentar o preço de algumas bolsas em até 74% desde 2019 –posição que a empresa defendeu, dizendo que o custo dos materiais e a garantia de qualidade da fabricação aumentaram.
“A indústria de luxo, especialmente em suas principais categorias de acessórios e artigos de couro, está trabalhando numa estratégia de ‘elevação’ por meio de aumentos de preços”, diz Joëlle de Montgolfier, vice-presidente executiva de varejo e luxo da Bain. No ano passado, 70% do crescimento das vendas de produtos de couro foram explicados por aumentos de preços “com apenas uma pequena porcentagem explicada pelo volume”.
Como prova da teoria de Arnault, esses aumentos não diminuíram o desejo. “Até agora no setor não há muita elasticidade de demanda”, diz Costa, do Citi. “O teto [do preço] é: desde que haja qualidade e experiência, as pessoas estão dispostas a aceitar.”
NUVENS DE TEMPESTADE
A perspectiva do luxo não é totalmente um céu de brigadeiro. Depois de vários anos de lucros recordes sustentados por aumentos de preços, alguns custos começam a subir novamente, e espera-se que reduzam o crescimento da margem no próximo ano.
Por exemplo, a Hermès deu a seus funcionários aumentos de cerca de 7% no ano passado para manter os salários competitivos em meio à inflação e para recompensá-los por um ano de lucros abundantes.
Isso pode contribuir para “uma leve pressão de margem este ano”, diz Thomas Chauvet, do Citi. “Mas quem teria pensado no início da Covid que as margens iriam subir em vez de cair?”
Também há sinais de que o ímpeto no maior mercado de luxo, os Estados Unidos, está começando a desacelerar. Na Kering, cujas vendas foram mais fracas do que na LVMH ou na Hermès, as vendas nos EUA caíram nos primeiros meses de 2023.
O ritmo de crescimento das vendas na LVMH também se estabilizou nos primeiros meses do ano, ainda crescendo 8%. “Por região, os EUA, como esperado, tiveram o crescimento mais lento, apesar de serem mais resilientes do que pensávamos”, observa Rambourg do HSBC.
Essa retração é mais pronunciada entre o que o executivo-chefe da Ralph Lauren, Patrice Louvet, chama de “clientes voltados para o valor”, que tendem a comprar nas lojas de desconto da marca. Como outras marcas de luxo acessíveis com foco nos EUA, como a Coach, o crescimento desacelerou no primeiro trimestre na fornecedora de luxo Americana.
“Vimos que esse grupo está mais pressionado”, disse ele ao Financial Times. “Esse consumidor está sentindo os efeitos da inflação e está sendo mais criterioso.”
Isso significa evitar compras mais frívolas, explicou, preferindo itens “essenciais” como suéteres, camisas Oxford de algodão e linho e paletós esportivos. “As pessoas ainda precisam comprar roupas.”
Na LVMH de Arnault, no entanto, a festa parece longe de terminar.
Nas últimas duas semanas, a Louis Vuitton lançou novas campanhas brilhantes com a atriz e cantora Zendaya e o astro do futebol Lionel Messi. O rapper americano Jay-Z fez um show na Fundação Louis Vuitton em Paris, museu fundado e apoiado por Arnault, que contou com a presença da presidente-executiva da LVMH, além de Rihanna e Beyoncé.
Depois, Rihanna parou na sede de Paris para discutir sua marca de beleza “cult” de propriedade da LVMH, Fenty, enquanto a Louis Vuitton levará o mundo da moda para Seul esta semana para um desfile feminino pré-outono orquestrado pelo diretor da série distópica de sucesso “Squid Game”.
O próprio Arnault não comparecerá, entretanto; ele estará em Nova York para a reabertura da loja-capitânia de dez andares da Tiffany. A LVMH comprou a famosa joalheria em 2021 por US$ 15,8 bilhões, em sua maior aquisição de todos os tempos.
A empresa não divulga números, mas afirma que a reforma envolveu “o maior investimento na história do luxo”, segundo uma pessoa próxima à empresa –superando a reforma da “nave-mãe” da Dior na Avenue Montaigne, em Paris, que reabriu em 2022 e inclui um museu, dois restaurantes e um apartamento privado para receber clientes VIP.
As exibições de opulência não passaram despercebidas na França, no entanto, onde Arnault há muito é criticado como um avatar da desigualdade. Durante meses de manifestações contra o plano do presidente Emmanuel Macron de aumentar a idade da aposentadoria, alguns manifestantes pediram impostos mais altos para Arnault e a classe bilionária do país.
Mas as empresas de luxo argumentam que são fundamentais para a economia francesa como grandes empregadoras, contribuintes e impulsionadoras do crescimento. Aproximadamente um terço da recuperação da bolsa CAC40 desde o início do quarto trimestre do ano passado decorre do crescente interesse dos investidores por Hermès, Kering, LVMH e o grupo de beleza L’Oréal.
“As pessoas dizem que é uma vergonha para a França, que todos esses grandes grupos de luxo produzem coisas inúteis, então devemos nos livrar deles”, disse Arnault. “Mas quantas pessoas empregamos na França? O luxo emprega um milhão de pessoas.” Ele continuou afirmando: “Pagamos mais impostos do que qualquer empresa na França”.
Enquanto houver um grupo demográfico global em crescimento, cuja riqueza esteja isolada da volatilidade da economia em geral, empresas como a LVMH, que dominaram a arte de explorá-la, se beneficiarão.
Nessa conjuntura, a única coisa que pode obscurecer as perspectivas em 2023 é “um grande acontecimento externo que venha estragar a festa”, diz Reyl, da Pictet Asset Management, que espera que o crescimento normalize em 2024 e 2025 para “altos dígitos únicos”.
“Em tempos difíceis, o consumidor de luxo não faz concessões”, acrescenta ela. “Ele apenas compra menos produtos.”
Ao todo foram duas ondas de demissões que totalizaram o número de cortes Por Bruno Romani
Foto: REUTERS/Robert Galbraith
Desde que decidiu demitir 21 mil pessoas, a Meta, companhia dona do Facebook, Instagram e WhatsApp, viu seu valor de mercado se elevar em US$ 380 bilhões. Desde novembro, quando a gigante anunciou a primeira rodada de cortes, os papéis da companhia se valorizarem em 164%, colocando as ações no patamar mais alto desde janeiro de 2022.
Boa parte da valorização ocorreu nas últimas 24 horas: com o anúncio acima da expectativa para o primeiro trimestre, a companhia ganhou US$ 80 bilhões, fazendo com que o valor total da companhia chegasse a US$ 618 bilhões nesta quinta. Pouco antes da primeira rodada de cortes, em novembro do ano passado, a empresa valia US$ 238 bilhões.
O balanço desta quarta, 26, é o primeiro que a companhia apresenta depois da segunda rodada de demissões anunciada em março, que projetou eliminar 10 mil postos. No documento, a companhia registrou alta de 3% em comparação com o ano anterior, chegando a US$ 28,6 bilhões. Foi o primeiro aumento após três trimestres de declínio. Analistas esperavam que a receita da companhia seria de US$ 27,65 bilhões.
Mark Zuckeberg afirmou que a companhia está “se tornando mais eficiente para construir produtos melhores de forma mais rápida”. Segundo o relatório, a empresa atingiu 2,04 bilhões de usuários ativos em todos os seus serviços, como Instagram, WhatsApp, Facebook e Messenger.
A alta nas ações também foi impulsionada com a previsão para o segundo trimestre: a receita ficará entre US$ 29,5 bilhões e US$ 32 bilhões – o mercado esperava US$ 29 bilhões.
Metaverso tem prejuízo de US$ 4 bilhões
O Metaverso da Meta não obteve o sucesso esperado por Zuckerberg Foto: Facebook/Reprodução
Apesar dos bons números, a divisão responsável pelo desenvolvimento de tecnologias do metaverso, a Reality Labs, deu novo prejuízo. Depois de perder US$ 12 bilhões ao longo de 2022, o Reality Labs apresentou prejuízo de US$ 3,99 bilhões. A perda constante de dinheiro vem pressionando Zuckerberg a abandonar a iniciativa e a focar em inteligência artificial – o sucesso do ChatGPT reforçou isso.
O fundador da companhia, porém, rejeitou abandonar o metaverso em ligação com investidores nesta quarta. “Construíram uma narrativa de que estamos de alguma maneira nos distanciando da visão de metaverso, então quero ser direto e dizer que isso não é verdade. Focamos em IA e metaverso e vamos continuar a fazer isso”, disse.