Nas alegações finais do caso de difamação, Camille Vasquez pede que a atriz de ‘Aquaman’ seja ‘responsabilizada por suas mentiras’
Por O Globo — Fairfax, EUA
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Advogada de Johnny Depp, Camille Vasquez pediu que Amber Heard seja “responsabilizada por suas mentiras” ao acusar o ex-marido de violência doméstica antes e durante o breve casamento deles, com duração de 15 meses. Vasquez apresentou suas alegações finais no Tribunal do Condado de Fairfax, na Virgínia, EUA, nesta sexta-feira, conforme chega ao último dia o julgamento de difamação do astro de “Piratas do Caribe” contra a atriz, de “Aquaman”. Ela ainda criticou habilidades de atuação de Heard ao resgatar uma declaração de um antigo instrutor da atriz, de que ela teria dificuldade para chorar numa interpretação.
— Vocês viram: a Sra. Heard soluçando sem lágrimas, enquanto tecia relatos elaborados, exagerados e fantásticos de abuso — afirmou Vasquez, acrescentando que este julgamento é o “papel de uma vida” para Heard. — Pedimos a você que devolva a vida ao Sr. Depp, dizendo ao mundo que o Sr. Depp não é o agressor que a Sra. Heard disse que ele é que a Sra. Heard seja responsabilizada por suas mentiras.
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Vasquez acusou Heard de ter sido a agressora no relacionamento com Depp e lembrou o dia em que a atriz pediu uma medida protetiva, exatamente há seis anos, e voltou a acusá-la de forjar os ferimentos nas fotos apresentadas como evidências. Ela ainda ressaltou que “o que está em jogo neste julgamento é a vida de um homem”.
— As fotos capturaram o que ela queria que eles vissem: uma imagem de uma mulher espancada — relatou Vasquez. — O que os paparazzi não sabiam é que a marca escura no rosto dela apareceu misteriosamente seis dias depois de ver o Sr. Depp. Era mentira. Ela sabia. O Sr. Depp sabia. E as várias testemunhas que você ouviu sabiam.
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O julgamento de difamação de Johnny Depp e Amber Heard chega ao último dia nesta sexta-feira, com a apresentação das alegações finais de seus advogados. Em seguida, o júri já poderá começar a deliberar sobre o caso, mas se não chegar ao veredicto até a noite, uma nova reunirão será marcada para terça-feira, informou a juíza Penney Azcarate, considerando que segunda-feira é feriado nos EUA, em razão do dia do Memorial, celebrado anualmente na última segunda-feira de maio.
O astro de “Piratas do Caribe” de 58 anos processa a ex-mulher em US$ 50 milhões por causa do artigo que ela escreveu no “Washington Post” em 2018, em que se descreveu como uma “figura pública que representa a violência doméstica”, ainda que não tenha mencionado seu nome. Para a equipe jurídica de Depp, estava claro a quem Heard, 36, se referia. Além disso, aquelas acusações causaram prejuízos à vida profissional do ator, que não interpretará o capitão Jack Sparrow na sequência da franquia e foi substituído na saga “Animais Fantásticos”, do universo mágico de “Harry Potter”.
Por outro lado, Heard, de “Aquaman”, processa Depp em US$ 100 milhões, dizendo que Depp a difamou quando seu então advogado chamou suas acusações de “farsa”. Sua equipe argumenta que ela disse a verdade, tendo ainda sua opinião protegida pela liberdade de expressão garantida pela Primeira Emenda da Constituição dos EUA. Heard afirma ainda que perdeu oportunidades de trabalho em Hollywood por causa das acusações de Depp.
Depp negou ter batido em Heard ou em qualquer mulher e disse que foi ela quem se tornou violenta em seu relacionamento. Os dois se conheceram em 2011 durante as filmagens de “Diário de um jornalista bêbado” e se casaram em fevereiro de 2015. O divórcio foi finalizado cerca de dois anos depois.
Depp perdeu um caso de difamação há menos de dois anos contra o jornal britânico “The Sun”, que o rotulou de “espancador de esposas”. Um juiz da Suprema Corte de Londres decidiu que ele havia agredido Heard repetidamente.
Desta vez, os advogados de Depp entraram com o caso no estado americano da Virgínia porque é onde o “Washington Post” é impresso, mas o jornal não é réu.