W Korea May 2022 Cover

W Korea May 2022 Cover
Source: wkorea.com
Published: May 2022

In this picture: Hyunji ShinChloe Oh
Credits for this picture: Yeongjun Kim (Photographer), Sino Choi (Makeup Artist)Brands in this picture: Dior

All people in this work:

Yeongjun Kim – Photographer Sino Choi – Makeup Artist Hyunji Shin – Model Chloe Oh – Model

All brands in this magazine cover:

Dior

In this picture: Hyunji ShinChloe Oh
Credits for this picture: Yeongjun Kim (Photographer), Sino Choi (Makeup Artist)Brands in this picture: Dior

CINEMA I Estreias: Águas Selvagens, @Arthur.Rambo: Ódio nas Redes, Crocodilos – A Morte Te Espera, O Homem do Norte, O Peso do Talento

‘O Homem do Norte’, com vikings sanguinolentos, é a principal estreia dos cinemas na semana que ainda têm ‘O Peso do Talento’, com Nicolas Cage, e outros cinco filmes

SÃO PAULO – Vira e mexe os vikings, guerreiros que dominavam territórios europeus durante a Idade Média, voltam aos holofotes em séries, videogames e livros. Agora, na forma de um mito brutal, eles aparecem mais uma vez nos cinemas em “O Homem do Norte”, novo filme de Robert Eggers, conhecido por “A Bruxa” e “O Farol”.

Na trama, lembrando o “Hamlet” de Shakespeare, um príncipe vê seu pai ser morto pelo tio, quando foge e retorna anos depois, já musculoso e cheio de sede de vingança, para retomar sua honra e seu direito ao trono. A jornada traz nomes como Alexander Skarsgård no papel principal, além de Nicole Kidman, Willem Dafoe, Björk e outros.

Outra figurinha carimbada que deve lotar as salas é Nicolas Cage, em um filme em que ele é o próprio Nicolas Cage. Não é de hoje que o ator, já premiado com o Oscar, se afundou em dívidas e, por causa disso, participou de uma série de filmes menores para ganhar dinheiro.

Agora, tudo isso é levado às telas de maneira cômica em “O Peso do Talento”, no qual ele faz uma versão ficcional de si mesmo, um astro decadente que é convidado para a festa de um fã ricaço, mas que, afinal, é um criminoso que o próprio Cage terá de combater.

A notoriedade é um problema também para Karim D., no filme “@Arthur Rambo: Ódio nas Redes”. Do diretor Laurent Cantet, preamiado com a Palma de Ouro em 2008, um jovem escritor famoso é cancelado em massa nas redes quando se descobre que ele, anos atrás, alimentava um perfil cheio de piadas homofóbicas e antissemitas.

A semana tem também os suspenses “Águas Selvagens” e “Crocodilos – A Morte Te Espera”, mais próximo do terror, e que traz uma versão monstruosa do réptil devorando um grupo de jovens na Austrália.

Estreiam ainda “Meu Amigãozão – O Filme”, animação brasileira que acompanha um trio de crianças e seus amigos imaginários, e “O Trem da Utopia”, documentário sobre a relação entre São Paulo e a Itália, mas disponível em poucas salas.

Confira abaixo as estreias da semana.

Águas Selvagens
Um investigador é chamado para solucionar um crime na região entre Argentina, Brasil e Paraguai. Ali, onde a lei não é a mesma dos grandes centros, o sujeito acaba se metendo numa trama macabra com organizações criminosas e outros assassinatos, isso sem contar os próprios fantasmas do passado.
Argentina/Brasil, 2019. Direção: Roly Santos. Com: Allana Lopes,Mayana Neiva,Roberto Birindelli. 16 anos


@Arthur Rambo: Ódio nas Redes
Laurent Cantet, que venceu a Palma de Ouro por “Entre os Muros da Escola”, retorna num filme sobre a tal cultura do cancelamento. Nele, seu protagonista, Karim D., um jovem escritor de sucesso, passa a ser repudiado quando descobrem um pseudônimo que usou na internet durante a juventude, promovendo o ódio online com piadas antissemitas e homofóbicas. A trama é inspirada no caso do jornalista Mehdi Meklat, que acabou sofrendo consequências por causa de tuítes do passado.
França, 2021. Direção: Laurent Cantet. Com: Rabah Naït Oufella, Sofian Khammes e Antoine Reinartz. 14 anos


Crocodilos – A Morte Te Espera
Tubarões, piranhas, cobras. É difícil encontrar espécies ferozes que já não estrelaram dezenas de filmes de terror e massacre. Desta vez, crocodilos —australianos, diga-se— se preparam para fazer um grupo de cinco jovens exploradores de cavernas em almoço, jantar e sobremesa.
EUA, 2021. Direção: Andrew Traucki. Com: Jessica McNamee, Luke Mitchell e Amali Golden . 12 anos


O Homem do Norte
Quem conhece um pouco de Shakespeare pode adivinhar os rumos dessa sanguinolenta história protagonizada por um viking chamado Amleth. Seu pai, um rei, é morto por um tio perverso que toma todo o poder. Ele presencia todo o massacre e volta anos depois, já musculoso e rancoroso, para cortar novas cabeças, beber o sangue da vingança e retomar seu direito ao trono.
EUA, 2022. Direção: Robert Eggers. Com: Alexander Skarsgård, Claes Bang e Nicole Kidman. 18 anos


Meu Amigãozão – O Filme
Lançada em 2010 e sucesso na TV paga e no streaming, a animação brasileira sai dos episódios curtos para um longa-metragem protagonizado por Yuri, Lili, Matti e seus amigos imaginários. Quando a turma viaja para uma colônia de férias, conhece uma figura traiçoeira que vai afastar as crianças de seus parceiros. Daí, partem numa jornada perigosa para manter as suas imaginações vivas.
Brasil, 2022. Direção: Andrés Lieban. Livre


O Peso do Talento
Nos últimos 20 anos, Nicolas Cage fez filmes aos montes, muitos de pouco prestígio. Agora ele faz uma versão ficcional de si mesmo, um astro de cinema decadente que enfrenta dívidas milionárias e é convidado para participar da festa de um superfã ricaço. É quando acaba sendo forçado pela CIA a acabar com esse sujeito.
EUA, 2022. Direção: Tom Gormican. Com: Nicolas Cage, Pedro Pascal e Tiffany Haddish. 16 anos


O Trem da Utopia
O documentário busca explorar as relações entre São Paulo e a Itália —ou melhor, a história dos imigrantes e de seus descendentes, conduzido por um professor de coral que quer tirar a cidadania italiana. Arte e história, triunfos e angústias se confundem entre os depoimentos.
Brasil/Itália, 2020. Direção: Beth Sá Freire e Fabrizio Mambro. 10 anos

Google I/O 2022 mostra Pixel 6a, Android 13 e muito mais; confira o resumo

Fones Pixel Buds Pro, Tradutor com mais idiomas e Maps mais imersível estão entre as demais novidades do Google I/O 2022
Por Emerson Alecrim

Sundar Pichai (CEO) no Google I/O 2022 (imagem: divulgação/Google)

Esta quarta-feira (11) foi a data escolhida para o primeiro dia do Google I/O 2022. A conferência é direcionada a desenvolvedores, mas sempre serve de palco para algumas novidades no ecossistema da companhia. Um exemplo são os novos dispositivos Pixel. Outro, o anúncio oficial do Android 13. Confira, nas próximas linhas, os assuntos mais interessantes do evento.

Pixel 6a: mais barato, mas com desempenho

Sim, tem celular novo na área. O Pixel 6a é um dos destaques do Google I/O 2022 por prometer desempenho próximo ao do Pixel 6 Pro, mas com preço menor.

O aparelho traz o Google Tensor, chip que, entre outros atrativos, aprimora a experiência de uso das câmeras e a segurança do celular. Tela de 6,1 polegadas e câmera dupla na traseira — a principal com sensor de 12 megapixels — também fazem parte das especificações.

Os preços começam em US$ 449. Para fins de comparação, o Pixel 6 e o Pixel 6 Pro custam US$ 599 e US$ 899, respectivamente. E, não, nenhum deles têm previsão de lançamento oficial no Brasil.

Ah, um spoiler: vem aparelhos Pixel 7 e 7 Pro por aí.

Google Pixel 6a (Imagem: Divulgação/Google)
Google Pixel 6a (imagem: divulgação/Google)

Fones Pixel Buds Pro: som alto e claro

Sabe o que também vem por aí? Os fones sem fio Pixel Buds Pro. A novidade tem cancelamento de ruído ativo proporcionado por um chip de áudio com seis núcleos. O modo de transparência, que permite que o barulho do ambiente seja escutado por alguns instantes, também está presente.

Os fones trazem ainda resistência à água (certificado IPX4) e prometem até 11 horas de reprodução — sete horas com o cancelamento ativo de ruído ativado.

As vendas do Pixel Buds Pro começam no dia 21 de julho, nos Estados Unidos, por US$ 199. Quanto ao Brasil, você já sabe.

Google Pixel Buds Pro (imagem: divulgação/Google)
Google Pixel Buds Pro (imagem: divulgação/Google)

Tem até relógio: o Google Pixel Watch

Para quem está em busca de um smartwatch redondo, o Google Pixel Watch foi apresentado como uma opção. Além do formato circular, a novidade tem corpo de aço inoxidável reciclado, coroa tátil e vários tipos de pulseiras.

Tão ou mais importante é o sistema operacional. Sem nenhuma surpresa, trata-se do Wear OS, mas com uma prometida nova experiência.

O Pixel Watch vai ser lançado no segundo semestre.

Google Pixel Watch (imagem: divulgação/Google)
Google Pixel Watch (imagem: divulgação/Google)

Android 13 é oficial

Já sabíamos que o Android 13 estava a caminho. Faltava o anúncio oficial. Não mais. O sucessor do Android 12 oferecerá mais controles de privacidade, configuração de idioma para cada aplicativo e uma área de transferência que se esvazia sozinha, por exemplo.

Outros avanços incluem incrementos na segurança e mais elementos baseados no Material You (linguagem de design do Google), como ícones.

A versão final do Android 13 deve ser liberada até o final de 2022.

Apps otimizados para tablets

Se você tem ou já usou um tablet Android, talvez tenha percebido que muitos aplicativos não aproveitam todo o potencial de uma tela grande. A boa notícia é que o Google promete, nas próximas semanas, melhorar o uso de mais de 20 de seus apps em tablets.

Entre eles estão YouTube Music, Google Maps, Google Fotos e Gmail. Otimizar a experiência de aplicativos de terceiros, como TikTok, Zoom e Facebook, também está nos planos.

Google vai otimizar apps em tablets Android (imagem: divulgação/Google)
Google vai otimizar apps em tablets Android (imagem: divulgação/Google)

Google Tradutor em 24 novos idiomas

O Google Tradutor fica mais preciso com o passar do tempo (apesar de ainda não ser totalmente confiável nas traduções). A evolução do serviço visa não só resultados melhores, como também suporte a tantos idiomas quanto possível.

Nesse sentido, o Google anunciou o suporte a 24 idiomas adicionais. Entre eles está o guarani, usado em partes da Bolívia, Paraguai, Argentina e Brasil. Outro exemplo é o quechua, idioma falado por populações que vivem em regiões andinas, como Peru, Bolívia e Equador.

Com isso, o Google Tradutor passa a ter suporte a 133 idiomas.

Google Maps mais imersível

Eu uso o Google Maps não só para localizar endereços, mas também para descobrir detalhes de lugares que vou conhecer em breve. Esse tipo de uso ficará mais fácil. O serviço está sendo atualizado para ficar mais imersivo por meio da combinação de imagens áreas com as do Google Street View.

Com isso, você poderá ter uma visão geral de uma região, com uma série de informações adicionais. Será possível, por exemplo, acessar uma tomada área que mostra os principais pontos de interesse de um bairro e, em seguida, explorar com mais detalhes um ou mais deles.

Começará por cidades como Londres, Nova York e Tóquio, no final do ano. O plano é expandir a capacidade de imersão para mais cidades, é claro.

Parece um jogo, mas é a promessa de um Google Maps mais imersivo (imagem: divulgação/Google)
Parece um jogo, mas é a promessa de um Google Maps mais imersivo (imagem: divulgação/Google)

Google Assistente mais “natural”

O Google Assistente é usado por mais de 700 milhões de pessoas, todos os meses. Para incrementar essa experiência, a companhia anunciou novas formas de interação com a ferramenta. O objetivo é tornar essa “conversa” mais natural, como se você estivesse falando com um amigo.

Um dos novos recursos é o Look and Talk. Liberado hoje nos Estados Unidos para o Nest Hub Max, essa função permite que você simplesmente olhe para a tela para pedir algo ao Google Assistente. Com isso, não é necessário dizer “ok, Google”.

A companhia também está criando modelos de fala e linguagem mais precisos. Com isso, o Google Assistente deverá lidar melhor com as imperfeições da fala humana, como as interrupções ou ruídos que fazemos quando estamos pensando no que falar.

Google anuncia Pixel Watch, primeiro smartwatch 100% feito pela empresa

Carlos Palmeira

Google Pixel Watch (Imagem: Divulgação/ Google)

O Google anunciou, nesta quarta-feira (11) durante o Google I/O 2022, o Pixel Watch. O aparelho é o primeiro smartwatch 100% feito pela companhia, do hardware até o sistema operacional, e será lançado no outono no hemisfério norte (primavera no hemisfério sul, entre setembro e dezembro de 2022).

Como esperado, o Google Pixel Watch roda o Wear OS e foi descrito como uma “extensão” do Pixel 7 e Pixel 7 Pro, smartphones anunciados também hoje.

A novidade terá aço inoxidável reciclado, pulseiras cambiáveis e recursos que funcionam sem a necessidade de um telefone. Além disso, ele terá integração com o aplicativo Fitbit para realizar monitoramento de sono, batimentos cardíacos atividades físicas, por exemplo.

Visual do novo Google Pixel Watch (Imagem: Reprodução/ Google)

O Pixel Watch, que já tinha sofrido com vazamentos anteriormente, terá mesmo um design arredondado, uma coroa tátil e um botão lateral. A promessa é que a navegação pelos menus será bastante fluída e

No quesito software, o relógio terá acesso a aplicativos como Maps, Assistente, Wallet e Home. O valor do produto não foi revelado, mas Rick Osterloh, executivo do Google, disse que o smartwatch será um “produto com preço premium”.

Google Pixel Watch é finalmente anunciado para o final de 2022 (Imagem: Reprodução/ Google)

Mestre da moda, Valentino Garavani completa 90 anos nesta quarta-feira

Chamado de imperador da alta-costura, italiano, que vestiu Jacqueline Kennedy, Elizabeth Taylor e Sophia Loren, fez do vermelho uma de suas marcas registradas

Valentino Garavani, em Roma, em 2007 — Foto: AP

O designer italiano Valentino Garavani, um dos mestres da alta-costura, completa 90 anos nesta quarta-feira. A cidade de Voghera, na Itália, onde o costureiro nasceu, presta uma homenagem com uma exposição de 50 de seus projetos célebres, até o dia 5 de junho, no Teatro Sociale. Fazem parte os famosos vestidos na cor vermelha, fotos, documentos e desenhos. Para a ocasião, a grife Valentino criou um moletom de edição limitada com o mantra de Garavani: “Eu amo beleza, não é minha culpa”.

Valentino nasceu com a moda no sangue. Aos 15 anos, ele se mudou para Paris e lá aprendeu técnicas de alta-costura com nomes como Guy Laroche, Jean Dessès e Cristobal Balenciaga. “Passei meus primeiros oito anos de carreira em Paris. Em determinado momento, decidi abrir minha primeira grife, em Roma, com o apoio fundamental dos meus pais”, contou em uma entrevista ao GLOBO. O ano era 1962 e Valentino teve ao seu lado o parceiro de negócios e companheiro de vida, Giancarlo Guametti. O italiano ganhou fama quando Jacqueline Kennedy pediu a ele que desenhasse o vestido do seu casamento com Aristóteles Onassis.

Valentino e Jacqueline Kennedy — Foto: GettyImages
Valentino e Jacqueline Kennedy — Foto: GettyImages

“Um acontecimento determinante na minha carreira foi ter criado o vestido de casamento de Jackie Onassis, em 1968. No início eu a chamava de Ms Kennedy, e no final já éramos conhecido como ‘Jackie e Valentino’, por termos nos tornado inseparáveis. Eu a acompanhei ao longo dos anos e criei vestidos lindos para ela; Jackie era tão fantástica que se tornou minha musa”, contou em entrevista ao GLOBO. Além de Jacqueline Kennedy, Elizabeth Taylor, Courteney Cox, Jennifer Lopez, Anne Hathaway, e a princesa Madeleine da Suécia se casaram com vestidos Valentino.

Sua ascensão também coincidiu com o boom do cinema italiano e ele virou o preferido de estrelas como Sophia Loren e Elizabeth Taylor. “Amo as mulheres. Sempre tentei fazê-las parecer muito sensuais, muito glamourosas”, disse ele certa vez.

O vermelho é marca registrada do estilista. “Tinha 17 anos e estava em Paris. Ao visitar uma fornecedora, ela me pediu um favor: se eu poderia ir à Barcelona fazer um serviço por ela, já que ela não poderia ir. E eu fui, e foi melhor assim. No primeiro dia, me levaram para uma noite de gala na Ópera de Barcelona, o Liceu. Eu fiquei muito emocionado ao ver o grande salão todo decorado em vermelho, é uma cor muito alegre. Eu então disse para mim mesmo: ‘Se um dia eu virar estilista e tiver uma grife, vou usar o vermelho em minha coleção, como boa sorte'”. Depois, é claro, comecei a usar a cor nas minhas criações. Assim tornou-se o Vermelho Valentino”, afirmou.

O designer Valentino Garavani no final de seu desfile de alta-costura, em 2008 — Foto: Reuters
O designer Valentino Garavani no final de seu desfile de alta-costura, em 2008 — Foto: Reuters

Em 2007, Valentino anunciou a aposentadoria de sua maison. “Vou sentir muita falta de não desenhar mais, mas sobretudo deste mundo (da moda). Mas a moda, repito, está estragada. Todo mundo faz as mesmas coisas. Faltam desafios, criatividade e alegria. Agora, só se trata de fazer negócio”, declarou à época. O estilista Pierpaolo Piccioli é quem está à frente da maison Valentino.

Imaan Hammam covers WSJ. Magazine’s May 2022 Issue!

Photographer: Nadine Ijewere, Fashion Stylist: Kate Phelan. Casting: Piergiorgio Del Moro. Hair Stylist: Shiori Takahashi. Makeup Artist: Grace Ahn. Model: Imaan Hammam.

Se o escritório não existisse, não iríamos inventá-lo como é hoje, diz CEO Brian Chesky do Airbnb

Para Brian Chesky, produtividade, atratividade e retenção melhoraram com modelo remoto
Rafael Balago

Homem de cabelos curtos castanhos gesticula com as duas mãos em frente a um painel alaranjado
Brian Chesky, CEO do Airbnb – Kevin Moloney/Fortune Brainstorm TECH

NOVA YORK – O escritório atual, caso não existisse, não seria inventado da forma como é, considera Brian Chesky. CEO do Airbnb. Ele avalia que o modelo é algo da era pré-digital, e que precisa ser remodelado para os novos tempos, assim como a ideia de ir ao escritório em si.

Chesky conta que a empresa teve os dois anos mais produtivos de sua história enquanto trabalhava à distância, o que o faz apostar forte no modelo. Há algumas semanas, anunciou que seus colaboradores americanos poderão seguir trabalhando de modo remoto, de qualquer lugar, e planeja contratar mais gente que mora longe das sedes da empresa.

“Uma vez que as companhias se tornem mais espalhadas, elas vão precisar se reunir em São Francisco, Chicago ou Flórida. Podem alugar espaços quando precisarem”, disse Chesky à Folha. “Ainda não entendemos tudo, e nos próximos dois anos vou ter muito mais opiniões sobre isso, porque tudo é um experimento. Apenas começamos”, comentou.

O Airbnb lançou nesta quarta (11) uma nova versão de seu site e app. A nova versão divide as hospedagens em mais de 50 categorias, como piscinas incríveis, castelos, casas de campo, celeiros, barcos etc. O novo layout também privilegia as fotos das hospedagens, em um modelo que lembra postagens de redes sociais como o Instagram.

A plataforma também passará a oferecer, de modo gratuito, um pacote de proteção chamado AirCover, que inclui garantias de reembolso ou realocação em casos de cancelamento por parte do dono do local, dificuldade no check-in e divergências entre as vantagens oferecidas e as instalações reais. Haverá também uma central de atendimento 24h para ajudar em questões de segurança.

A empresa, que teve 30% de queda no faturamento em 2020, por causa da pandemia, conseguiu recuperar o volume de clientes. No primeiro trimestre de 2022, as noites reservadas cresceram 32% em comparação com o primeiro trimestre de 2019, e estão em patamar recorde, segundo dados da companhia.

Em 2021, cerca de 20% das noites reservadas no Airbnb foram para estadias de um mês ou mais, e quase 50% para uma semana ou mais.

Chesky conversou com a Folha em Nova York, após um evento de lançamento das novas funções.

Como vê o futuro do trabalho remoto? Bem, é apenas uma previsão, e todas previsões podem estar erradas. Todo mundo reconhece que cinco dias por semana não é sustentável para a maioria das pessoas que trabalham em escritórios. E penso que a razão disso é que a flexibilidade, depois da remuneração, é provavelmente o benefício que as pessoas mais buscam.

Quando anunciamos nossa política de flexibilidade, isso foi um muito bem recebido dentro da companhia e realmente muito bem recebida fora dela. Tivemos mais de 1 milhão de pessoas visitando nossa página de vagas. E só temos 6.000 pessoas na companhia. Pense o quanto isso é louco.

Essa é a razão por que acho que a semana de cinco dias no escritório, para a maioria, está acabada. E então a questão é se você não vai voltar ao modelo de cinco dias, fará como? Muitas pessoas pensam em um meio-termo, de três dias por semana.

O problema é que três dias não oferecem muito mais flexibilidade do que cinco dias por semana.

Você pode ter fins de semana estendidos, mas não pode ficar longe por muito tempo. Ainda tem que estar morando perto do escritório. E muitas pessoas decidiram que não querem viver em São Francisco ou Nova York. Querem viver em outros lugares.

Na minha visão, os três dias na semana vão se tornar dois dias na semana. Tenho amigos que trabalham em grandes empresas e ocorreu isso. E eu aposto que no verão isso vai virar um dia por semana. E quando você vai um dia aleatório por semana no escritório, em que dia as pessoas ficam juntas?

E qual a saída? Em vez disso, porque não tentamos reservar períodos de tempo para trabalharmos juntos [presencialmente], como uma semana por vez? Ou duas semanas por trimestre? Acho que muito rapidamente a maioria dos CEOs que escolheram o modelo híbrido vão mudar para o nosso modelo, mas vão ter uma jornada mais longa e dolorosa até chegar lá.

Se você quer prever como será o futuro do trabalho, olhe para as empresas novas, e não para as velhas. Há 20 anos, empresas novas adotaram escritórios de andar inteiro aberto, com brindes. Há 20 anos, o Google era uma empresa pequena.

O que o sr. levará em conta para avaliar sobre seguir ou não com o trabalho remoto na empresa? Principalmente três pontos. Olharia a produtividade da empresa, como se estamos entregando novas coisas, se estamos sendo efetivos. Tivemos os dois anos mais produtivos da nossa história.

O segundo é retenção. As pessoas estão felizes? E a terceira é contratação. Estamos trazendo mais gente?

Como avalia que será o design do escritório do futuro? É um tema divertido, que anda rodando na minha cabeça. Acho que o escritório é como um Blackberry. É um tipo de espaço geral para tudo. Mas não é muito bom para reuniões, para se concentrar. A grande coisa do iPhone é que a interface muda de acordo com a função que você usa.

Se eu quero fazer algo fora do escritório, porque não ir para uma área de retiro, com uma cachoeira? Se você quer fazer uma grande apresentação, pegue um teatro todo. Se você quer colaboração criativa, não vai querer um andar inteiro aberto, mas uma sala com espaço menor onde possa fixar coisas. Se quero pessoas concentradas no trabalho, vou querer que elas tenham escritórios privados.

Então, precisamos ir destes espaços multi-uso para espaços mais de função única, que sejam exatamente o que precisamos.

Uma vez que as companhias se tornem mais espalhadas, elas vão precisar se reunir em São Francisco, Chicago ou Flórida ou podemos mudar as cidades? Elas podem alugar espaços quando precisarem. Ainda não entendemos tudo, e nos próximos dois anos vou ter muito mais opiniões sobre isso, porque tudo é um experimento. Apenas começamos.

O escritório é um formato da pré-era digital. E se ele não existisse, não iríamos inventá-lo como ele é hoje. Inventaríamos algo novo.

A pandemia afetou o turismo de modo profundo? Ou as coisas devem voltar ao que eram antes? A pandemia foi predominantemente boa para as macrotendências de viagem. Digo isso com o conhecimento de que houve muito sofrimento e dor e muitas áreas encurraladas, com pequenos negócios falindo.

Mas a boa coisa sobre isso é que houve uma mudança de turismo de negócios para turismo de lazer. Não sou contra o turismo de negócios, mas gosto do turismo de lazer.

O modo mais significativo de viajar é com a família, os amigos e as coisas que você faz. Provavelmente não as reuniões que você teve enquanto viajava.

Quando as fronteiras fecharam, as pessoas pararam de buscar destinos como pontos turísticos e ônibus de dois andares. Eles vão voltar, mas as pessoas descobriram outros modos de viajar, como ir a parques nacionais, cidades pequenas, comunidades rurais. Casas se tornaram destinos.

A pandemia meio que nivelou o campo para as viagens, que estavam se tornando meio commodities, turismo de massa. Minha visão otimista é que a pandemia começou a mudar isso.

Vivemos uma alta de aluguéis em várias partes do mundo, e o Airbnb já foi apontado como uma parte da questão, já que quando proprietários preferem ofertar casas para turistas e não para moradores, a oferta para aluguel de longo prazo se reduz. Como a companhia lida atualmente com esta questão? Habitação é uma coisa supe complicada. Há geralmente mais coisas para lidar com políticas urbanas de moradia do que com qualquer fator externo.

Tentamos fazer nossa parte. Cumprimos com leis e regulações locais. Algumas cidades dizem que você só pode alugar [para turismo] por 120 dias por ano e fazer um registro, e o fazemos. Cidades dizem que você tem de pagar imposto como hotel. E pagamos. Na verdade, pagamos US$ 4 bilhões em taxas assim.

Mas o Santo Graal aqui é espalhar o turismo.

Você pode dizer que há uma pegada de carbono gerada pelas pessoas se movendo, mas há benefícios econômicos e sociais nisso. Humanos são nômades, de certa forma. O melhor antídoto é espalhar as pessoas pelo calendário e pelo globo. Tentar fazer as pessoas não irem todas a um mesmo lugar nos mesmos dias. Não vá só para Paris, Roma, Atenas.

As comunidades são melhores quando há uma mistura de locais e gente de fora. Se há muitos de fora, não há comunidade. Mas se não há pessoas de fora, você se torna xenófobo, de mente fechada.

Onde há mais visitantes do que moradores, você provavelmente está concentrando muita gente. E as ferramentas atuais estão criando esse problema.

Quando você cria uma caixa de busca, você força as pessoas a digitar o que elas ouviram falar, e todo mundo vai digitar os mesmos lugares, e irão aos mesmos lugares, haverá filas e os aluguéis vão subir.

O Airbnb planeja investir mais em locações e estadias de longo prazo? Fizemos um pouco desta vez, com as estadias combinadas [sugestão de dividir o tempo de hospedagem entre dois locais na mesma área] que são uma grande forma de usar o produto por mais de uma semana.

Mas, sim, em novembro vamos ter atualizações, próximo maio também, e você deveria esperar um monte de novidades sobre estadias longas. O Airbnb definitivamente está indo de viajar para morar.

Como vê as perspectivas para o turismo no Brasil e na América Latina. A valorização do dólar frente as moedas locais pode atrair mais turistas para a região? É possível, mas vejo como um fator secundário. A grande coisa nos padrões de viagem é a liberdade de movimentos.

Por exemplo, estamos vendo muitos turistas cruzando fronteiras onde elas estão livremente acessíveis, algo que não há na Ásia agora, por exemplo.

Como tem aproveitado a possibilidade de trabalhar de qualquer lugar? Como escolhe os próximos destinos? Eu simplesmente abro o app, olho as casas e pego algo que goste. Não tenho uma abordagem sistemática. Eu fiquei, por exemplo, em uma casa em Ann Arbor, Michigan, com [a cachorra] Sophie.

Não estava procurando ir para Michigan, mas eu fui e vi que Ann Arbor é uma cidade universitária legal. Eu nunca tinha pensado na vida que ali seria minha casa. Então não tenho ideia de para onde vou em seguida.

Ficarei em Nova York mais uma semana ou duas, e depois provavelmente vou a outro lugar que não tenho ideia. Amo a espontaneidade de viajar.


RAIO-X

Brian Chesky, 40,
Nascido em Niskayuna, NY, se formou em design na Rhode Island School of Design. É co-fundador do Airbnb, criado em 2007, e atual CEO da empresa. Tem fortuna estimada pela Forbes em US$ 9,2 bilhões, e se comprometeu a doar a maior parte de sua riqueza ainda em vida.

Google Keynote (Google I/O ‘22)

At Google I/O 2022, company executives showed off a slew of new software and hardware features including its Pixel 6a phone, Android 13 and the Pixel Watch.

No Google I/O 2022, os executivos da empresa mostraram uma série de novos recursos de software e hardware, incluindo o telefone Pixel 6a, o Android 13 e o Pixel Watch.

Everything Revealed at the Google I/O Event in 13 Minutes

At Google I/O 2022, company executives showed off a slew of new software and hardware features including its Pixel 6a phone, Android 13 and the Pixel Watch.

No Google I/O 2022, os executivos da empresa mostraram uma série de novos recursos de software e hardware, incluindo o telefone Pixel 6a, o Android 13 e o Pixel Watch.