Grife Balenciaga lançou modelos destruídos por dez mil reais. ‘É retrato do apocalipse’, comenta o consultor de moda Fábio Monnerat
Por O GLOBO
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2022/5/W/MEyaf9RXKdtOOKQoesRw/img-3485.jpg)
O Paris sneaker, lançado pela grife de luxo Balenciaga, vem provocando polêmicas por onde pisa. Disponível em duas versões, o modelo mule custa US$ 495 (cerca de R$ 2,6 mil) e o de cano alto, US$ 1,8 (cerca de R$ 10 mil). O tênis é rasgado, detonado, sujo. Destruído, enfim.
Nas redes sociais, o lançamento provocou reações indignadas e opiniões bem-humoradas. Comentários como “rico compra cada coisa” e “eu tenho quatro aqui em casa” se espalharam como pólvora.
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2022/4/F/1BlLDGTV2sAq9ytJ0OGw/img-3486.jpg)
Mas o que pensam os especialistas? Para o consultor de moda Fábio Monnerat, o lançamento é, antes de mais nada, “uma grande jogada de marketing”. “Acho genial”, elogia. “A moda precisa gerar impacto. E o mercado anda tão morno. Quando a gente olha algo diferente, para o bem ou para o mal, isso provoca reações”, avalia. Para Fábio, o modelo destruído é retrato do tempo presente. “Do apocalipse. Reflete o momento de Guerra na Ucrânia, pandemia e aquecimento global.”
O designer Maxime Perelmuter considera a peça “uma obra de arte”. “Poderia ter sido feita pela Adriana Varejão”, diz o diretor criativo da Mr. Cat. “A edição limitada, o feito à mão e o customizado são pilares dessa história. Não dá para esperar por algo que não seja muito bem acabado”, afirma. Para ele, o movimento já estava no ar. “Tenho visto uma galera no Instagram customizando tênis. A Balenciaga potencializou uma tendência que já existe”, avalia
Já o stylist Rogério S não gosta nem um pouco da ideia. “Acho ridículo venderem uma vivência falsa, considero uma piada de mau gosto”, opina. “Os zumbis endinheirados da moda é que vão comprar.”