Atriz interpreta personagens antagônicas que estão ‘em cartaz’ no streaming
Pedro Venceslau, O Estado de S.Paulo

Existe uma certa ingenuidade perversa no olhar da atriz Julia Garner que une suas duas personagens antagônicas que estão em cartaz: uma na série Ozark e outra na minissérie Inventando Anna, ambas da Netflix. No primeiro caso, ela aparece contida, com a cara lavada e um semblante ao mesmo tempo frágil e autoconfiante como a transgressora Ruth Langmore. No segundo, Julia incorpora uma diva infame, manipuladora e com um caprichado sotaque alemão na pele da golpista Anna. Ao final, é o carisma da atriz de 28 anos que se sobressai nas duas produções. Antes de gravar a 4° temporada de Ozark, sobre uma família disfuncional que lava dinheiro, Julia venceu dois Emmys consecutivos, como atriz coadjuvante em série dramática (2019 e 2020).
História real
Em Buscando Anna, que é baseada em uma história real, Julia é puro glamour como Anna Delvey, uma golpista sem filtros que engana a nata da alta sociedade nova-iorquina fingindo ser uma herdeira alemã milionária. A história ganhou as manchetes graças a persistência da jornalista Jessica Pressler, que escreveu em 2018 uma reportagem sobre o caso para a New York Magazine. Na Netflix, a publicação mudou de nome e virou Manhattan Magazine.
Sotaque
Nas duas séries da Netflix, Julia Garner contou com o suporte de Bárbara Rubin como preparadora de dialetos. Em entrevistas, a atriz disse que encontrar a combinação certa de sotaques de Anna foi o momento mais difícil de sua carreira.
‘Yellowjackets’
Barrados no Baile encontra Lost na série Yellowjackets, a produção mais popular da Paramount+, que é um dos canais disponíveis dentro do Amazon Prime Video. A produção é uma daquelas que causam forte dependência desde o começo, mas não espere respostas fáceis.
Mistura
A série é uma mistura bem sucedida de mistério, terror psicológico e drama. O roteiro não tem pressa e investe na construção em várias camadas de cada uma das personagens.
Idas e vindas
A série da Paramount acompanha um time de adolescentes jogadoras de futebol do ensino médio. Quando elas estão a caminho de um campeonato, o avião que levava todo o grupo cai em uma região inóspita do Canadá. A narrativa vai e volta no tempo e é divida em duas linhas.
Combo
A Netflix estreou no último dia 18 o filme Mães Paralelas, o mais recente longa de Pedro Almodóvar, que entrou faz pouco tempo em cartaz nos cinemas. Sinal dos tempos: a produção ficou só 15 dias apenas no cinema. Para aproveitar o embalo, a plataforma colocou no seu cardápio 11 longas do diretor ao mesmo tempo.
Maternidade
Mães Paralelas, com Penélope Cruz, repete um tema recorrente da obra de Almodóvar nos últimos anos, que é a maternidade, mas dessa vez com um roteiro que passa pela história política espanhola e revive o passado sangrento da ditadura de Franco.