Artigos de moda contemporânea se movem em correntes que integram quem cria, produz e vende

Bolsa do Ceará, cashmere italiano e tapetes são alguns dos ótimos exemplos que são produzidos nos dias de hoje
Alice Ferraz – O Estado de S. Paulo

Arte. Bolsa Carnaúba viaja 160 km pelo Ceará para ficar pronta Foto: Jamile Queiroz

O trabalho singular da cearense Catarina Mina abraça o artesanato local nordestino em uma corrente que integra quem cria, produz, vende e consome. A exuberante bolsa Carnaúba viaja 160 quilômetros pelo Ceará até ficar pronta.

Do trançado de palha em Aracati, passando pelo crochê de Itaitinga, ao tingimento e acabamento em Fortaleza. Mais de cem mulheres artesãs estão envolvidas com a marca, que tem seis anos de vida e exporta para 17 países, entre eles, Japão, Alemanha e Reino Unido.

Cashmere feito à mão

Nascido em Solomeo, Itália, o cashmere Brunello Cucinelli tem na qualidade o símbolo de seu valor. “São peças para uma vida”, diz o fundador da marca. A empresa familiar reconstruiu a pequena vila medieval na região da Umbria e tem na visão humanista de Brunello os pilares do negócio: harmonia na criação e uma consciência de que devemos poupar o planeta e não consumi-lo. O cashmere Brunello é produzido 100% na Itália como forma de manter a origem e construir uma ponte para as próximas gerações de artesãos locais.

Tapetes verdes

Em homenagem à diversidade das gemas brutas das pedras preciosas do nosso País, a By Kamy criou Gemas do Brasil, série de tapetes com formas orgânicas inspiradas na natureza e nos recortes laminados desses coloridos minerais.

A coleção de tapetes é produzida pela divisão verde da empresa, que reutiliza materiais descartados da própria fábrica, como pedaços de outros tapetes, para a fabricação manual e única de novas séries.

Olivier Rousteing fala sobre inclusão na moda: “Não tenho vontade de ser cool”

FERNANDA MOURA GUIMARÃES

Olivier – “Acho que ser cool é uncool”, conta o designer que tem quase 6 milhões de seguidores no Instagram (Foto: Lorena Dini)

Olivier Rousteing não é o tipo de homem que se atrasa. No primeiro encontro do estilista com Marie Claire, a recomendação do staff era a de que eu chegasse pontualmente às 10 horas da manhã ao lobby do hotel onde estava hospedado, em São Paulo. A visita-relâmpago à cidade se deu para o lançamento da Balmain, marca francesa da qual é diretor criativo, no país. “Olivier é extremamente disciplinado”, me contou uma assessora de seu time quando cheguei ao hotel Fasano. “A coleção? Já está basicamente pronta, só faltam alguns ajustes finais. Com Olivier, não tem aquele estresse de mudanças de última hora, correrias antes de desfile”, explica, quando pergunto como foi possível tirá-lo de seu ateliê às vésperas da semana de moda de Paris, onde apresentou sua coleção de verão 2020.

Às 10h03, um Olivier sorridente chegou ao bar, vestindo uma regata cavada sobre blazer oversized de ombros largos – estética ultrassexy que virou sua marca registrada na Balmain. O designer é a antítese da imagem empoeirada do talento criativo de temperamento explosivo, perfil tão comum entre o alto escalão da moda. Prático e assertivo (e um tanto controlador), ele posou para a sessão de fotos ao mesmo tempo que dirigiu os retratos, checando suas poses e aprovando o resultado. “I love this, so bafo!”, brincou ao escolher uma das imagens, misturando inglês impecável com a gíria recém-aprendida em português. 
Poliglota, formado em uma das melhores escolas de moda da França e o segundo designer mais jovem da história a liderar uma grande maison – o primeiro foi Yves Saint Laurent, que assumiu a Dior aos 21 anos –, o sucesso do percurso do estilista ofusca um passado doloroso.  De origem somaliana e recém-chegada na França, sua mãe biológica tinha 14 anos quando ficou grávida de Olivier, provavelmente de um encontro não consensual com um etíope dez anos mais velho. “Ela é uma criança”, chora ele ao descobrir suas origens em cena do filme Wonder Boy, documentário que segue a trajetória do designer por respostas sobre sua ancestralidade, que ganhou em março o César, o Oscar francês, de melhor documentário.

Durante a conversa com Marie Claire, o estilista falou sobre a busca. “Conforme me aproximei dos meus 30 anos, entendi que precisava saber de onde vinha. Há toda essa conversa sobre inclusão e diversidade, sou o primeiro a lutar por isso, mas como poderia fazê-lo sem saber minhas origens?”  Depois de um ano vivendo em um orfanato, Olivier foi adotado por uma família tradicional de padeiros em Bordeaux, na França, onde cresceu. “Nasci nos anos 80, quando a cor era um tabu. Sempre recebi muitos olhares por ser filho de pais brancos. Me chamavam de bastardo.”

Membro de uma geração nativa digital, foi um dos pioneiros do marketing de luxo no Instagram (o designer tem quase 6 milhões de seguidores) com seu “Balmain Army”, um time de influenciadoras como Gigi Hadid, Kim Kardashian e Beyoncé. O “selfie-made man”, no entanto, revelou os vazios por trás do verniz da rede social: “No Instagram, seguro a câmera, sou o principal diretor, produtor e protagonista. Controlo minhas inseguranças, a solidão, meu passado. Mas não é um retrato de quem sou”. 

Os números astronômicos relacionados a Olivier não ficam apenas restritos ao mundo virtual. Desde que assumiu a Balmain, a marca vem apresentando crescimento constante — apesar do grupo catari Mayhoola for Investments, dono da etiqueta, não revelar números oficiais, especula-se que a Balmain tenha passado de 30 para 120 milhões de euros em receita nos oito anos da direção do estilista. O sucesso se reflete também no Brasil – a loja de São Paulo, aberta em abril de 2019 no Shopping Cidade Jardim, é, segundo o estilista, uma das que melhor performa no mundo (a maison opera em 70 países, com 50 lojas). A chegada de Olivier ao topo de uma marca de luxo também é causa e efeito de uma mudança no setor que antes se esquivava de discussões políticas. Quando questionado sobre inclusão na moda, o estilista relembra o passado e alfineta marcas que promovem o marketing da causa. “Há 8 anos, diversidade era um assunto tabu na indústria. Não era moderno, não era adequado. Hoje rio de todas essas pessoas que falam de diversidade, mas que há cinco anos não eram capazes de colocar mais de uma modelo negra em seu desfile.” Olivier discorreu também sobre a admiração pela mulher brasileira e ainda contou como seu avô descobriu que o neto era gay ao vê-lo nu em uma capa de revista.

MARIE CLAIRE: Quais personalidades brasileiras poderiam fazer parte do “Balmain Army”?
Olivier Rousteing: Ah, muitas [risos]. A lista é grande porque a mulher Balmain é uma segura de si, autoconfiante e acho que isso define a brasileira. É uma mulher que não precisa de um homem, que assume suas escolhas. Conheci a Glória Maria, ela é incrível. Acho-a uma mulher de uma inteligência, de uma beleza, de uma cultura. Tem outras como Anitta e Sabrina Sato, que ainda não conheço, mas admiro muito. Mulheres fortes sempre me inspiraram.

MC: Como?
OR:
 Eu desenhava muitas mulheres quando eu era criança. Sou filho único, desenhava muito sozinho e depois compreendi que minha paixão poderia se tornar a moda. Queria me tornar presidente da França [risos]… Depois percebi que seria mais difícil do que ser diretor artístico.

MC: E como foi a sua infância? Você foi adotado bem cedo. 
OR:
 Tive uma infância incrível. Estudei em ótimas escolas. Mas, evidentemente, fiquei em um orfanato próximo de Bordeaux nos primeiros meses da minha vida, fui abandonado no nascimento e adotado mais ou menos com 1 ano e meio. Então tive um percurso de vida incomum, com muito julgamento. Nasci nos anos 80, quando a cor era um tabu. Sempre recebi muitos olhares por ser negro e filho de pais brancos. Me chamavam de bastardo na escola. Cresci numa família tradicional francesa. Mas acho que é essa espécie de contraste que me tornou quem sou hoje.

MC: Seus pais o incentivaram a seguir carreira na moda?
OR: 
Não em um primeiro momento. Quando decidi sair de Bordeaux para estudar moda tinha 18 anos e abandonado meus estudos em Direito Internacional. Meus pais aceitaram, mas ficaram reticentes porque a moda era um lugar “desconhecido” pela normalidade francesa. Mas finalmente disse a eles que com a moda poderia mudar as coisas. Meus pais são orgulhosos de mim, mas não se deslumbram com o que eu faço porque não dão muito conta da amplitude. Digo que estava com Beyoncé, que fiz seu figurino do Coachella, e eles falam: “Por que você não volta para Bordeaux?” [risos].

MC: E com qual idade você contou aos seus pais que era gay?
OR:
 Boa pergunta! Nunca contei. Eles descobriram porque eu tinha uma relação com uma pessoa da Itália e eu descobri que ele me traiu. Joguei o computador dele pela janela e destruí o sofá [risos]. Ele então ligou para meus pais contando que havia um problema comigo, meus pais perguntaram o porquê e ele teve que assumir que me traiu. Não foi a melhor maneira de descobrir [risos].

MC: E depois foi tranquilo? Como foi se assumir gay para uma família tradicional francesa?
OR: 
Depois fiz a capa de uma revista gay que se chama Têtu, na qual estava nu. Uma manhã meu avô foi comprar pão e o L’Équipe, que é uma revista francesa de futebol, e, de fato, viu um grande painel onde eu estava nu com a frase: “Olivier fala de sua homossexualidade”. Então, meu avô, que acho que tinha 4,50 euros no bolso, comprou o pão, mas não pôde comprar o L’Équipe. Ele teve que comprar, pela primeira vez em sua vida, Têtu, uma revista gay! Minha família tem a cabeça muito aberta. Por exemplo, minha mãe que, hoje, depois de 35 anos de casamento com meu pai, encontrou uma mulher por quem está apaixonada.

MC: E você, já se apaixonou?
OR: 
Apaixonar? Não.

MC: Nem mesmo pelo italiano?
OR: 
Não, não foi amor.

MC: O que você faz para cuidar da saúde mental?
OR: 
Tenho uma vida bastante saudável, sou uma pessoa muito caseira, diferente do que pode parecer no Instagram. Gosto de séries, Netflix. Pratico boxe, tenho um círculo de amizades bem pequeno e cultivo minha vida privada. Tenho uma bela equipe na Balmain. Tudo isso faz com que eu me sinta bem.

MC: Você tem quase 6 milhões de seguidores e fez da Balmain um case inédito de marketing de luxo na plataforma. O que o Instagram representa na sua vida hoje?
OR: 
O Instagram é digital life. Não é uma vida inventada, é uma vida que controlamos e dirigimos. Mas não controlamos a vida. No Instagram, seguro a câmera, sou eu o principal diretor, produtor e protagonista. Então, o que não vemos no Instagram são meus momentos de emoção, meu choro, minhas dúvidas. No Instagram, sou extremamente seguro de mim mesmo, não tenho dúvidas, dou risada, acompanho meus amigos, trabalho, e há muitas coisas numa vida que não divido no Instagram. Controlo minhas inseguranças, a solidão, meu passado. Mas não é um retrato de quem eu sou.

MC: E você faz terapia?
OR: 
Fiz quando era jovem. Hoje eu me sinto bem comigo mesmo. Tenho a sorte de ter um trabalho incrível, uma equipe incrível, uma vida que não posso esperar que seja melhor, enfim, não tenho motivos para me sentir mal. O amor a gente decide se ele nos faz falta ou não. Então, se não nos faz falta, não precisamos procurá-lo. Se não acontecer, o que se pode fazer?

MC: E drogas, já usou?
OR: 
Nunca. Sou hipocondríaco. A única coisa que faço é fumar. Detesto não ter controle. Detesto tudo que me faz perder o controle. É muito raro me ver perdendo o controle. É por isso que detesto avião, pois não posso controlá-lo.

MC: Você acha que é por isso que nunca encontrou um amor?
OR: 
Certamente. Pois não podemos controlá-lo [o amor].  Mas é exatamente isso, você é uma boa terapeuta [risos]. Talvez seja o fato de ser alguém que está sempre sob controle de mim mesmo, de não ser vulnerável. Dirijo as coisas, mas não é porque quero o poder, apenas porque eu tenho um medo constante de surpresas. Escrevi um pouco a história da minha vida, como tento escrever a história de Balmain. Acho que se tenho alguma coisa para aprender com a vida é ser surpreendido.

MC: O que te levou a procurar sua mãe biológica e fazer o documentário? Isso não foi uma surpresa?
OR:
 Sim. Conforme me aproximei dos meus 30 anos entendi que precisava saber de onde vinha. Há toda essa conversa sobre inclusão e diversidade, e sou o primeiro a lutar por isso, mas como eu poderia fazêlo sem saber de onde vim? Por isso decidi fazer o filme. Não quero dar spoiler, mas quem viu o documentário sabe que eu encontrei minhas origens.  Percebi que minha busca por respostas sobre meu passado ajudou a deixar claro como estou feliz por viver neste presente de novas possibilidades, menos limites e mais inclusão.

MC: Falando em inclusão, sofreu preconceito em sua carreira?
OR:
 Com certeza. Acho que o pior dos racismos é aquele que não se diz, e acho que a moda é muito forte para mascarar as fragilidades do sistema. Houve pessoas que acreditaram em mim, para além da minha cor. Outras que, porque tenho essa cor, julgavam as escolhas que eu fazia. Hoje, certas pessoas fazem a mesma escolha, ninguém diz nada, então, me coloco sempre a questão: por que me deixei levar por esse balde de água fria da moda se hoje isso parece normal para os outros?

MC: Quais escolhas?
OR: 
Em 2012, quando cheguei na Balmain, diversidade era um assunto tabu na indústria. Não era moderno, não era adequado. Com as redes sociais foi a mesma coisa: “Podemos vender o luxo? Podemos falar de luxo nas redes sociais?”. E, para mim, a primeira resposta sempre foi sim. Hoje rio de todas essas pessoas que falam de diversidade, mas que há cinco anos não eram capazes de serem inclusivas em seus desfiles. É só observar e você compreende na hora o que é marketing e o que não é. Há um mundo que muda e ao mesmo tempo há, por assim dizer, uma elite da moda que permanece a mesma. E foi assim que se criou uma distância. Eu fiz parte de uma geração “ponto zero”, então nunca tive problema com as redes sociais. Penso mais que o que acontecerá um dia é que vou me desprender do sistema da moda, que, se não mudar, vai fazer com que essa geração do “ponto zero” se entedie.

MC: E como você vê a moda no futuro?
OR: A indústria compreendeu que o mundo é diverso e que para sobreviver ela precisa deixar seu hermetismo de lado. Vejo inclusão como uma realidade que deverá ser aceita mesmo por aqueles mais indiferentes à questão. A moda precisa falar de política, de sustentabilidade e temas que hoje são muito mais importantes que um moletom de neoprene

MC: Então falar de tendência é coisa do passado?
OR: 
Penso que a tendência morreu, com certeza. Porque aquilo que é tido como o mais cool passa muito rápido. E acho que a moda no futuro se tornará algo muito mais são. Tentaremos fazer produtos muito mais luxuosos, mais atemporais. Foi isso que presenciei em dez anos de direção artística, quase dez anos na Balmain. Não tenho vontade de ser cool. Acho que ser cool é uncool. Acho muito chato na verdade.

MC: Enquanto criador, pensa sobre o seu legado no futuro?
OR: Gostaria que minhas peças permanecessem atemporais e de que se lembrassem da Balmain como uma marca atemporal de luxo, que causou mudanças, que movimentou o mundo. Sou um grande fã do Sr. Saint Laurent, que criou calças para mulher, sou fã de Coco Chanel, de Karl Lagerfeld, que para mim é um homem que não seguiu os códigos da moda, mas que os criou. Então, acredito que cheguei mais perto desse nível agora de vida, de carreira, em que tento antes compreender o que é a moda, antes de querer emplacar sucessos.

Assistente de fotografia: Sthefanny Capelos/ Produção-executiva: Vandeca Zimmermann

Agents of SHIELD | Clark Gregg revela foto dos bastidores da última temporada

Série da Marvel chegará ao fim na sétima temporada
GABRIEL AVILA

“Ah não, acidentalmente postei uma foto dos bastidores da sétima temporada de Agents of SHIELD. É melhor deletar isso em breve…”

O ator Clark Gregg divulgou uma foto dos bastidores de Agents of SHIELD. Tirada durante as gravações da sétima e última temporada da série, a imagem mostra o Agente Coulson durante uma viagem no tempo para a década de 1930. 

A sétima e última temporada de Agents of SHIELD tem estreia prevista para 2020, sem data definida até o momento.

Greg Cunningham for Factice Magazine with Kristina Sheiter

Photographer: Greg Cunningham. Stylist: Suki Kenyan Lei. Hair & Makeup: Jenny Dyson Roura. Model: Kristina Sheiter at Elite Miami.

Escritórios da Private Investment Company em Amsterdã

Uma empresa global privada de gerenciamento de ativos contratou recentemente a empresa de design de locais de trabalho AIS Workplace para projetar seu novo escritório em Amsterdã, Holanda.

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“Para essa reforma, o AIS criou um espaço mais aberto e leve em comparação com o layout anterior de nosso cliente, que foi fortemente compartimentado. A equipe trabalhou para criar um ambiente de plano aberto mais confortável, que permitisse a colaboração em zonas identificáveis. Cabines telefônicas individuais ajudam a apoiar a privacidade e a capacidade de descansar, e a iluminação foi atualizada para ser mais eficiente em termos de energia e fornecer um nível de luz mais confortável para trabalhar. As salas de reuniões são generosamente dimensionadas com painéis acústicos e superfícies de gravação visível para uma câmera, suportando a colaboração com outros escritórios globais.

Além disso, introduzimos diversas opções de móveis, além de tecidos e vegetação mais tátil, sempre que possível. O cliente procurou aprimorar seu jogo em termos de oferta de hospitalidade e, portanto, um ponto de café aberto e convidativo para a frente da casa para os hóspedes, bem como uma enorme despensa da equipe foi incorporada ao escritório.

A despensa da equipe era uma adição importante, pois a equipe já havia sido forçada a almoçar em outro lugar externamente ou em suas mesas devido à falta de espaço. Criar esta despensa de trabalho com muitos lugares sentados permite que eles façam pausas reais para o almoço e realizem reuniões em um ambiente mais informal, abrindo para reuniões ad-hoc fora da área da mesa. A grande parede de musgo com AV integrado é colocada para permitir todas as reuniões manuais e, com cadeiras extras armazenadas na loja de móveis, a calcinha pode abrigar toda a empresa para apresentações e eventos ”, diz AIS Workplace.

  • Location: Amsterdam, Netherlands
  • Date completed: October 2019
  • Size: 9,700 square feet
  • Design: AIS Workplace
  • Photos: Tom Fallon
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Lounge
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Workstations / lounge
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Workstations
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Meeting room
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‘Escritos Corsários’ reúne textos mais polêmicos de Pier Paolo Pasolini

Cineasta e poeta italiano provocou curto-circuito na direita e na esquerda e foi crítico ferrenho do patrulhamento e do moralismo
Luiz Nazario – O Estado De S.Paulo

Jovens em frente a uma foto de Pasolini em seu bairro natal em Roma Foto: NADIA SHIRA COHEN/THE NEW YORK TIMES

Na imensidão da obra escrita de Pier Paolo Pasolini, a ensaística e a jornalística ocupam um lugar privilegiado, mas complexo, devido à forma como seus escritos se disseminaram em jornais e revistas dos mais diversos formatos por toda a Itália, sem que ele tenha podido reuni-los todos em livros antes de morrer. Pasolini conseguiu organizar apenas três coletâneas de seus ensaios e artigos: Paixão e Ideologia (1960), O Empirismo Herético (1972) e Escritos Corsários (1975) – os dois primeiros ainda inéditos no Brasil. Por terem sido editados pelo autor, os três livros adquiriram um caráter mais efetivo e afetivo em relação às demais coletâneas, tão excelentes quanto aquelas, mas que, organizadas por estudiosos de sua obra, vieram à luz postumamente: Cartas Luteranas (1976), As Belas Bandeiras (1977), Descrições de Descrições (1979), O Caos (1979), O Pórtico da Morte (1988), Os Diálogos (1992).

Na França surgiram até coletâneas “temáticas”, recortadas das diversas coletâneas, como Escritos sobre o Cinema (1987), Escritos sobre a Pintura (1997), Escritos sobre o Cinema: Pequenos Diálogos sobre os Filmes (2000), Os Terrenos: Escritos sobre o Esporte (2012)… 

Escritos Corsários saiu integralmente em Portugal sob o título de Escritos Póstumos pela Moraes Editores, em 1979. No Brasil, apenas uma seleção dos artigos do livro foi publicada tardiamente pela Editora Brasiliense em 1990, juntada com outra seleção de artigos de duas outras coletâneas do autor, Cartas Luteranas Descrições de Descrições – ainda inéditas entre nós – como uma “antologia de ensaios corsários”, organizada por Michel Lahud e intitulada Os jovens Infelizes. Somente agora, 45 anos depois de seu lançamento na Itália, Escritos Corsários aporta ao Brasil de forma completa pela Editora 34. 

Apontemos um pequeno senão: a redação ambígua da nota três da página 18 da edição atual pode induzir a um erro sobre a história da recepção das obras de Pasolini no Brasil: “Em 1990, a Editora Brasiliense publicou Os Jovens Infelizes. Tratava-se de uma primeira apresentação da obra ensaística do escritor no país.” A informação é repetida à página 28: “Alguns dos artigos presentes neste livro já haviam aparecido em Os Jovens Infelizes, primeira coleção de ensaios de Pasolini publicada no Brasil (Brasiliense, 1990), organizada por Michel Lahud (1949-1992).”.

Na verdade, a primeira coleção de ensaios de Pasolini publicada entre nós foi Caos: Crônicas Políticas, traduzida por Carlos Nelson Coutinho para a Brasiliense em 1982, seguida por Diálogo com Pasolini: Escritos (1957-1984), traduzida por Nordana Benetazzo para a Nova Stella, em 1986 – como consta, aliás, na seção “Tradução de livros de Pasolini no Brasil” da bibliografia da edição, à página 289. Na seção “Sugestão de Leitura” omitiu-se também a primeira biografia de Pasolini no Brasil, Pasolini: Orfeu na Sociedade Industrial (Brasiliense, 1982) e a mais completa até hoje em nossa língua, Todos os Corpos de Pasolini (Perspectiva, 2007).

A escolha do prefácio da reedição italiana assinado por Alfonso Berardinelli não foi das mais felizes: o crítico reduz os Escritos Corsários a “protagonismo e vitimização”. Para ele, Pasolini nada traz de novo: a homologação cultural teria sido diagnosticada pela sociologia dos anos de 1960 e pela teoria crítica de Adorno, Horkheimer e Marcuse. Além disso, a visão apocalíptica do corsário seria “um caso pessoal”. Seu saber teria “uma base empírica limitada à sua própria experiência pessoal e ocasional”, como se, em seus requisitórios, ele só “manifestasse, representasse e dramatizasse teórica e politicamente suas angústias”. Em sua “análise tendenciosa”, Pasolini pintaria um “quadro deformado da realidade” e, nessa “deformação tendenciosa”, só “descobria coisas sabidas”, querendo “talvez atualizar a imagem um pouco desgastada do escritor como consciência pública, vítima perseguida, alma ferida.”. 

Berardinelli não acusa os citados sociólogos e filósofos marxistas dos anos de 1960 que Pasolini teria atualizado na Itália dos anos de 1970 de subjetivismo histérico. Como sempre, a acusação de deformar a realidade para tentar se passar por uma vítima é reservada às minorias sexuais. Felizmente esse prefácio eivado de preconceitos não compromete a oportuna edição, baseada na reedição de Scritti Corsari no volume Saggi sulla Politica e sulla Società de Tutte le Opere da Coleção I Meridiani da Editora Mondadori, organizada entre 1998 e 2003 por Walter Siti e Silvia De Laude. 

Em Escritos Corsários Pasolini reuniu os artigos mais polêmicos que escreveu, entre 1973 e 1975, nos jornais e revistas Tempo Illustrato, Il Mondo, Nuova Generazione, Paese Sera e, sobretudo, no tradicional cotidiano Corriere della Sera. De Gabriele D’Annunzio a Dino Buzzati, de Luigi Pirandello a Italo Calvino, os maiores escritores italianos do Novecento colaboraram neste jornal milanês fundado em 1876. Pasolini não concordava com a linha editorial do jornal, mas ao receber a garantia de poder aí escrever o que quisesse, com total liberdade, aceitou ser seu colunista para que suas ideias atingissem um público mais amplo. Sua coluna seria uma nau pirata legalizada na imprensa burguesa. Por seu lado, os editores liberais do Corriere, em fase de renovação sob a direção de Piero Ottone, apreciaram tanto o brilho visionário dos artigos de Pasolini que não hesitaram em estampá-los na primeira página.

Passando a atingir um público imenso através da grande imprensa, o pensamento radical de Pasolini acabou por fazer dele uma vítima: Escritos Corsários foi o último livro que o poeta-cineasta organizou e publicou, ainda que não o tenha visto publicado: pouco depois de revisar as provas junto ao editor Aldo Garzanti, ele foi assassinado em 2 de novembro de 1975. O crime homofóbico estava diretamente ligado à fúria causada pelas ideias “corsárias” expressas nos artigos do Corriere della Sera com força estrondosa. Pasolini escreveu na introdução de Escritos Corsários que a unidade do livro seria feita pelo leitor: mas sua cuidadosa seleção deixou claro o sentido do título metafórico que escolheu para a coletânea: essa “fase corsária” de Pasolini era a da vivência desesperada de sua homossexualidade, que ele via sendo degradada pelo novo fascismo do consumo, e que ele sublimava num criticismo apocalíptico para não deixar ninguém dormir em paz.

Contrabandeando as teorias dos linguistas da Língua para a Realidade, Pasolini a lia como um texto obscuro, mas decifrável. O poeta começou a desenvolver seu método crítico nos anos de 1960, quando se tornou cineasta, passando a interrogar-se sobre a natureza da linguagem do cinema e a particularidade de seus signos, que chamou de “im-signos” para distingui-los dos signos linguísticos. Logo percebeu que o cinema era “a língua escrita da ação”, sendo a realidade um cinema ao natural, constituindo uma linguagem reprodutível pela câmara, momento a momento, num plano-sequência infinito, composto de monemas linguísticos audiovisuais, que designou por “cinemas”. E subitamente percebeu que o conjunto desses “cinemas” poderia ser a língua de Deus. 

Ao contrário de outros marxistas, Pasolini não partia dos modelos ideológicos consagrados, mas dos objetos e comportamentos que proliferavam no cotidiano, observando seus efeitos menores ou minimizados. Detectando na superfície das coisas um epifenômeno do consumo, Pasolini chegava aos poucos, alargando cada vez mais o campo de visão, à gigantesca estrutura de homologação. Os sinais e sintomas da Realidade que apaixonava e aterrorizava Pasolini levou-o a conclusões assombrosas, completamente destoantes das leituras conformistas ou otimistas feitas pelos jornalistas e acadêmicos a partir dos mesmos eventos, produzindo um curto-circuito na direita e na esquerda. 

Racionalista que reivindicava a dimensão do Sagrado, antifascista atacado cotidianamente pelas mídias liberais e conservadoras, homossexual assumido expulso das fileiras comunistas, Pasolini lia a realidade diretamente, sem intermediações, com seu próprio corpo, afetivamente, sensualmente, sexualmente, percebendo dela muito mais do que os seus críticos apáticos, conformistas e burgueses eram capazes de vislumbrar. A importância de Escritos Corsários em sua obra escrita equivale à de Salò em sua obra cinematográfica: como no filme que denunciava, de modo insuportável, o novo fascismo por meio do velho fascismo, o livro reunia as leituras finais que Pasolini fez da Itália consumista antes de ser vitimado pela violência de massa que aí denunciava: sua ultimate Semiologia da Realidade.

“Detalhes” menosprezados do cotidiano como a marca de um novo jeans chamado Jesus; o até então ignorado desaparecimento dos vagalumes; ou a moda dos cabelos compridos detonavam em Pasolini reflexões políticas que o conduziam à constatação do vazio existencial da juventude, ao horror diante do preço insuportável que se pagava pelo progresso, à revelação da violência de massa que a nova civilização do consumo produzia e, finalmente, à visão apocalíptica de um novo fascismo que penetrava em todos os lares através da TV, provocando uma verdadeira mutação antropológica do povo italiano. 

Embora com atraso, a nau corsária de Pasolini aporta em boa hora num país alucinado pela nostalgia da ditadura e pela sacralização do mercado, num conluio expresso pelo mote: “liberal na economia e conservador nos costumes” – a síntese medonha do pior de todos os mundos possíveis. A catástrofe do humano foi antevista por Pasolini nestes Escritos Corsários, assim como em seu último e inacabado romance Petroleo (publicado em 1992 na Itália, em 1996 em Portugal, ainda inédito no Brasil) e no imaginário maldito de Salò. Abandonar o Titanic no qual o mundo navega e embarcar na pequena nau corsária de Pasolini é recuperar um pouco de nossa própria humanidade.

*LUIZ NAZARIO É PROFESSOR DE TEORIA E HISTÓRIA DO CINEMA NA UFMG E AUTOR DE ‘O CINEMA ERRANTE’ (PERSPECTIVA)

Electromotive – The Story of ARP Instruments

“Electromotive é o documentário definitivo que traça a ascensão e o fim de uma das empresas de sintetizadores mais influentes e pioneiras do mundo. Ele mergulha fundo no mundo do ARP e de seus instrumentos, com percepções fascinantes dos envolvidos, grandes quantidades de informações anteriormente não documentadas e em seguida, desmascara muitos mitos. Um triunfo, um verdadeiro trabalho de amor e visualização essencial para qualquer nerd de sintetizadores. “

Chris Macleod / GForce Software

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Em primeiro lugar, obrigado por assistir. Em segundo lugar, não tenho palavras suficientes para expressar minha sincera gratidão e amor pelas dezenas de pessoas que desistiram de seu conhecimento, tempo e habilidade para fazer este filme acontecer. Teria sido impossível sem eles.

Se isso não bastasse, cada pessoa que contribuiu para este filme o fez de graça para que você possa curtir essa história de graça e sem precisar assistir a um único anúncio. Não é incrível ?!

Dina Pearlman foi absolutamente crucial para este projeto e foi diligente em abrir portas para mim no ano passado, a ponto de brincarmos que ela é o patch chords entre os módulos.

Por favor, reserve um momento para conferir a fundação e, no mínimo, dê um like, assine e comente de apoio.

The Alan R Pearlman Foundation
https://alanrpearlmanfoundation.org/

https://www.facebook.com/alanrpearlma…

https://www.instagram.com/arpchives/

Hugh Jackman faz 24 anos de casado com Deborra-Lee: “Te amo com todas as forças”

Ator publicou declaração de amor para a mulher no Twitter

Hugh Jackman e Deborra-Lee Furness

Hugh Jackman e sua mulher, Deborra-Lee Furness, estão fazendo aniversário de casamento neste sábado (11) e o ator não deixou a data passar me branco. Ele usou o Twitter para fazer uma bela declaração de amor para a mulher.

“Esses 24 anos tem sido os melhores da minha vida. E, até onde eu posso ver, nós estamos melhores a cada ano. Debs, eu te amo com toda as forças da minha alma. Feliz aniversário”, escreveu ele.

Hugh, de 51 anos, e Deborra, de 64, são pais de Oscar, 20, e Ava, 15, e estão juntos desde 1996. Eles se conheceram um ano antes, quando atuaram na série de televisão Correlli, na qual Jackman vivia um presidiário.

Décor do dia: cozinha com decoração escandinava e bancada de madeira

A leveza e o aconchego do estilo dinamarquês são protagonistas neste ambiente assinado pelo escritório Studio ARC
POR RAFAEL BELÉM | FOTOS ANDREA PAPINI

Décor do dia: cozinha com decoração escandinava e armário de madeira (Foto: Divulgação)

Uma cozinha com decoração escandinava? Sim, é possível! O estilo nórdico é imbatível quando o assunto é quarto ou salas, mas ele também pode render grandes surpresas num cômodo tão vivo quanto a cozinha. Assinado pelo escritório Studio ARC, esse projeto aposta na leveza dinamarquesa para construir um ambiente não apenas acolhedor, mas também prático e funcional. O espaço integrado com a sala de jantar é aquecido pelo uso de boas doses de madeira – seja na bancada de carvalho escuro (Nordiska Kök), no piso ou ainda no mobiliário assinado pelo Studio David Thulstrup. A luminária de formas orgânicas leva a assinatura do designer Tom Rossau.

Décor do dia: cozinha com decoração escandinava e armário de madeira (Foto: Divulgação)